O mês de abril é dos mais importantes em nossa história. O dia 21 marca a execução de Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira, primeiro movimento sério pela nossa independência de Portugal. O que certamente influiu para que D. João VI desse o famoso conselho a seu filho Pedro: “Se for o caso, lidere a separação e fique com a Coroa”. Também marca o fim da agonia de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil depois de 21 anos, eleito em pleito indireto pelo Colégio Eleitoral previsto no famoso “Pacote de abril”, editado pelo presidente Ernesto Geisel. Foi ainda a data escolhida por Juscelino Kubitscheck para inaugurar Brasília.
O mês também abriga aniversário de políticos marcantes como Getulio Vargas, dia 19, e Adhemar de Barros, 22 – data também do descobrimento do Brasil. Primeiro de abril marca a consolidação do movimento civil-militar de 31 de março de 64. E, no dia 28 de 1945, aconteceu a execução sumaria do dirigente italiano Benito Mussolini.
Agosto tem sido mais lembrado pelos fatos traumáticos da morte de Getulio Vargas, dia 24, que saiu da vida para entrar na história, em suas próprias palavras, e da inexplicável e surpreendente renúncia de Jânio Quadros. Na política nacional, há ainda a vitória de Paulo Maluf na convenção do partido governista PDS, derrotando o ministro Mário Andreazza e abrindo as portas para a dissidência conhecida como Frente Liberal. A renúncia do presidente americano Richard Nixon e a morte trágica da Princesa Diana, em acidente automobilístico em Paris, são marcos na esfera internacional.
O registro das datas serve para lembrar fatos e personagens que marcaram a história, entre bons e maus exemplos, controvertidos, mas significativos. A Igreja Católica usa muito o calendário para suas datas marcadas na Bíblia e nas comemorações de santos, dezenas por dia. Ajuda no dinamismo que a faz presente na vida de metade da humanidade há mais de dois mil anos, com um calendário móvel.
Alguns países, como Portugal e Brasil, abusam das datas para gerar feriados, longe de atenderem ao interesse do país. Temos feriados demais para empregos e produtividade de menos. Sem falar “nos enforcamentos”, muitos sob as bênçãos do poder público via o famoso “ponto facultativo”.
Este ano mesmo, ficou marcado pela resistência do Rei Momo de encerrar sua festa na madrugada da Quarta-feira de Cinzas. Em muitas cidades, foi até o sábado seguinte.