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Fidel Castro morre depois de quase 60 anos como ditador absoluto de Cuba. Morre com admiradores e críticos, mas todos concordam que seu regime é policial, violento e a existência do “paredon” com os fuzilamentos nos primeiros anos é uma mancha na Revolução. Eram famílias inteiras executadas por serem burguesas, na definição de Guevara, o mais influente assessor de Fidel, argentino de nascimento. Agradou apenas aos comunistas ou aos que não gostam dos americanos, que ele expropriou e enfrentou.
Visitou o Brasil pela primeira vez em 1959, numa escala em viagem à Argentina. Esteve em São Paulo e no Rio, então capital do Brasil. O curioso é que, em jantar em casa de um ilustre advogado, José Nabuco, filho de Joaquim Nabuco, ouviu do então prefeito de São Paulo Adhemar de Barros que os brasileiros achavam o movimento dele bonito, mas estranhavam os fuzilamentos. Fidel respondeu que eram fuzilados os inimigos da Revolução. Nos primeiros anos, ele escondia que era comunista e que implantaria o regime vigente na Rússia, o que só fez no terceiro ano.
O sucesso que teve na política, tendo seguidores em todo o mundo e sido de grande utilidade para a União Soviética na África e na América Latina, não obteve na administração. Cuba nunca deixou de ter racionamento de comida, limitação de oferta de produtos de uso diário, como sabonetes e papel higiênico. Da mesma forma como a ausência de imprensa livre e a proibição do cubano sair do país. Ainda assim, foi um dos dez mais importantes estadistas do século XX.