Nas três vagas em disputa na Academia Brasileira, fica evidenciado que a Casa de Machado de Assis marcha para ser uma refúgio de comadres.
Apenas um dos favoritos obedece à condição de intelectual no sentido mais amplo, o poeta Geraldo Carneiro, atuante em outras áreas da literatura e, embora jovem, com uma já longa militância.
A nossa Academia foi idealizada por Machado, Joaquim Nabuco, Graça Aranha, Lúcio de Mendonça e outros, sob forte influência da Academia Francesa, em que o ser notável seria suficiente para a imortalidade. E assim tem sido, reunindo grandes escritores, gente do valor de uma Nélida Piñon ou de sucesso de público como Paulo Coelho, a ex-presidentes como Marco Maciel, FHC e José Sarney, depois de ter tido Getúlio Vargas. Assim como grandes jornalistas, como Assis Chateaubriand e Roberto Marinho e hoje Merval Pereira, Cícero Sandroni, Zuenir Ventura e o polivalente Arnaldo Niskier. Economistas de presença cultural inegável como Celso Furtado e Roberto Campos.
Uma das cadeiras em disputa possui três bons nomes: Francisco Wefort, Antônio Cícero e Ricardo Cravo Albin. Um deles poderia ter sido deslocado para aquela em que é favorito um economista, razoável, mas sem obra. Um jurista que foi do Supremo, sem a dimensão e a militância de outros, como Cândido Motta e Oscar Corrêa, que passaram pelo Supremo e pela Academia.
São muitos os nomes disponíveis. Entre eles: Ives Gandra Martins, Mary del Priore, Vasco Mariz, Carlos Veloso,Nelson Motta, Marco Antonio Villa.
A escolha de grandes nomes no lugar de grandes amigos interessa, em primeiro lugar, aos próprios acadêmicos, uma vez que, para reunir amigos para uma boa conversa, a cidade é rica em bares e clubes abertos ao bom convívio. A Casa deve ser, como tem sido, de expoentes.