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Uma cirurgia ortopédica afastou de suas inúmeras funções o jurista, jornalista e professor Paulo Alonso, reitor da Universidade Santa Úrsula, do Rio de Janeiro. O lado positivo dos dias recolhido em casa é que pode aferir a dimensão do apreço que fez por merecer de todos que com ele puderam conviver ao longo da carreira e da vida.
Como bem definiu o senador Bernardo Cabral, o membro do Conselho de Notáveis da Confederação Nacional do Comércio e Serviços “é mais do que uma personalidade, é uma instituição”. Seu papel na volta da tradicional universidade, fundada em 1939 e resgatada pelo empreendedor e educador mineiro Ruy Muniz, tem sido relevante. A universidade já é referência entre as do setor privado que atuam na cidade.
Paulo Alonso tem passagem por outras instituições de ensino superior, coroado com a reitoria de onde se formou em Direito. Completa sua biografia acompanhar a vida pública do Brasil emprestando o prestígio que soube construir a boas causas. O educador tem responsabilidade na formação das novas gerações especialmente nestes tempos em que se tenta de todas as formas fazer dos bancos escolares e acadêmicos plateia para a defesa de ideologias sem compromissos com a liberdade do pensamento.
A educação tem a particularidade de que o fator idealismo e vocação tem a mesma importância que o capital investido. E num país como o nosso acrescenta os riscos envolvidos ao atender às camadas mais modestas da sociedade. A organização mineira que controla a Santa Úrsula foi pioneira em levar o ensino a regiões de baixa renda, como o norte do Estado, abrindo horizontes para milhares de jovens.
O Brasil tem muito a caminhar no preparo de sua mão de obra e na qualificação, que é o caminho natural para a inclusão em patamares superiores, econômicos como culturais, incluindo o setor técnico de nível médio, muito dependente ainda da excelência do Sistema S, uma criação inspirada de Getúlio Vargas, que reconhecia a agilidade e a boa gestão do setor privado.
Prestigiar o ensino privado em áreas decisivas para a elevação da qualidade da vida do brasileiro, como a educação e a saúde, serve à democracia e preserva a liberdade como um bem maior. Não pode coexistir democracia com domínio estatal. Ter opções atende à obtenção de qualidade, preço em todos os setores.
Bonito exemplo o de Paulo Alonso, que nos reporta ao grande Pedro Calmon, com o merecido título de “Magnífico Reitor”.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 18/09/25
