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Para salvar o inequívoco crescimento do turismo no Rio de Janeiro seria oportuna uma decisão emergencial, com coragem política para enfrentar as críticas daqueles que se dedicam a destruir e não a construir.
A urgência é para a zona turística que vai do centro até o Recreio dos Bandeirantes e para os acessos aos aeroportos. A união dos três governos teria todo sentido.
A união poderia, através da Polícia Federal e Polícia Rodoviária, assumir aeroportos, seus acessos e mais a Linha Amarela e a Transolímpica. A Guarda Municipal, as praças do percurso e as estações do metrô. A Polícia Militar fazer o policiamento ostensivo e a Civil, a recolha de infratores, para o que se criaria um centro de aprisionamento emergencial, como já se fez no passado. E oferecer ampla cobertura nas mídias às iniciativas de “proteção aos bandidos” por parte de políticos de determinado segmento. O povo tem direito de saber de que lado estão seus políticos.
É muito difícil explicar a um estrangeiro que, no Brasil, um criminoso que mata tenha várias entradas na Polícia e continue solto. Acham graça no instituto da “visita íntima” e chegam a não acreditar no salário dado às famílias de apenados. Nossos presídios acolhem chefes do crime que comandam por celulares. Bloquear sinal, o que é possível, não é permitido “para não prejudicar funcionários”. E a entrada de drogas e armas foi agora facilitada pelo Judiciário, que terminou com a “revista pessoal” para não humilhar as amigas e companheiras dos presidiários. Ocorre que a revista não difere muito daquelas que centenas de milhares de brasileiros, inclusive parlamentares, passam todos os dias nos aeroportos, como bem argumentou o deputado Carlos Jordy na Câmara. O acesso ao transporte público deve exigir camisa. Medidas de bom senso e de um mínimo de decoro.
Negligenciar neste momento é ato contrário aos interesses da cidade e da preservação e geração de milhares de empregos. A força carismática da cidade e de sua população tem superado a violência, que tem sido crescente. Este ano o movimento de estrangeiros foi o maior de todos os tempos, a ocupação hoteleira positiva até depois do carnaval. O calendário de eventos é animador. Ceder ao discurso ideológico é imperdoável. O carioca quer paz e continuar a ser acolhedor para os visitantes.
Construir um mercado, consolidar investimentos, leva tempo. Destruir a demanda pode levar minutos.
Publicado em: jornal Correio da Manhã 23/05