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Há muito, a expressão “grande perda” não tinha tanto sentido como na semana passada, com o falecimento de Romeu Trussardi, uma das mais completas personalidades de seu tempo pelo que se convencionou chamar de “conjunto da obra”.
Foi empresário criativo, inovador, que, quando vítima da adversidade, soube lutar, superar dificuldades, voltar a crescer, com exemplar correção e dedicação ao trabalho. Teve a alegria de ter sua obra na indústria e no comércio seguida por alguns dos filhos.
Sua dimensão de empresário consciente de suas responsabilidades de cidadão, convicto de que a livre empresa é a mola da justiça social e da meritocracia, atendeu a convocação do então presidente da Associação Comercial de São Paulo, Paulo Maluf, para o suceder no comando da instituição independente mais representativa do empresariado paulista. E figura na galeria dos grandes nomes que passaram na casa do empreendedor.
Mas Romeu Trussardi foi mais longe ao ajudar o Brasil e a sociedade quando, inspirado, formou uma exemplar família com Maricy, fazendo do casal uma referência para todos que, através da mídia, passaram a conhecer um exemplo de fé religiosa, de valores éticos e morais, numa cruzada de toda a vida pelas causas nobres para uma sociedade mais justa, generosa e dirigida por sentimentos de bondade, solidariedade, cordialidade e amizade. A dívida dos brasileiros com o casal seguido por tantos, de todas as camadas sociais, é reconhecida e atestada pelos seguidores de Maricy nas redes sociais, tendo sempre a seu lado o companheiro de mais de seis décadas.
Romeu, aos 90 anos, cumpriu sua missão. Mas ficará entre nós como exemplo, lembrança de que a sociedade pode ser melhor pelo seu legado de cidadão, de chefe de família, de empresário.
A melhor maneira de homenagear este gigante é divulgar sua vida e obra para as novas gerações, de seus filhos, netos e bisnetos.
Partiu um homem com odores de santidade.
Publicado em: Diário do Comercio – DComercio/SP
