As eleições municipais deste ano podem se constituir em forte fator de fortalecimento da abalada democracia brasileira. Os abalos não têm origem nas supostas tentativas de golpe, muito menos nos delírios de derrotados. O que afeta a descrença popular é a qualidade dos políticos, envolvimento em casos de corrupção e até em posturas caricatas. A falta de nível é percebida por todos, incluindo os mais humildes, muitos levados a equívocos na hora de votar.
Uma análise isenta das eleições tradicionais no Brasil até bem pouco revelam a mudança no perfil dos eleitos. Antes, desde as capitais a cidades mais modestas do interior, os eleitos eram pessoas de referência na sociedade, médicos, professores, empresários.
Nas lideranças políticas eram médicos, como JK, Adhemar de Barros, Antônio Carlos Magalhães. No primeiro time atual, temos Geraldo Alckmin e Ronaldo Caiado e, no Congresso, nove senadores e 35 deputados. No passado, eram também militares de alta patente e das Forças Armadas, como o Brigadeiro Eduardo Gomes, Juarez Távora, Henrique Lott, Juracy Magalhães, Presidente Dutra, Euclides Figueiredo, com mandatos ou disputando a Presidência da República. Todos de alto nível.
A vereança foi coisa séria. Em São Paulo, teve Jânio, que foi governador e presidente e o Rio, valores como Carlos Lacerda, Adauto Lúcio Cardoso Ari Barroso, Paschoal Carlos Magno. Agora surgem nomes de qualidade no NOVO, como a reeleição do atual vereador Pedro Duarte, do jovem Rafael Peres e do advogado Ricardo Coelho e no PSD do prefeito Antônia Leite Barbosa e o atual vive-prefeito Nilson Caldeira.
A responsabilidade agora reside nas classes médias, que precisam sair de casa para votar, eleger gente de bom nível e não pelo modismo midiático. Muita gente se arrisca a disputar e perde. Um mínimo de critério vai permitir que todos os municípios voltem a ter representantes levados pelo ideal e não pela ambição pessoal a disputarem o mandato de prefeito ou vereador.
Aqui, no Rio, já tivemos exemplos como o de Oswaldo Cruz, que foi prefeito de Petrópolis, que também teve prefeito outro médico de referência em Nelson Sá Earp. São Paulo teve Francisco Matarazzo como prefeito e Ubatuba e em São Vicente, Sousa Dantas Fortes, da mais alta aristocracia paulista. Minas então com muitos Andradas e Bias em Barbacena, como José Fernando de Oliveira, em Conceição do Mato Dentro, e Vittorio Medioli, em Betim.
Todos os partidos têm bons nomes. Mas o Novo realmente é que seleciona melhor e tem proposta melhor.
Publicado em: jornal Correio da Manhã 18/07/24