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Há muito se sabia que o crime organizado, especialmente os dois grupos mais poderosos -PCC e Comando Vermelho, movimentava bilhões de dólares na economia brasileira. Mas nunca se chegou a descoberta do tamanho relevante como o da semana passada. Foram cerca de seis bilhões de dólares em aplicações em 42 fundos de investimentos de cotistas não identificados, mais cinco usinas de álcool, mil gasolineiras, Imóveis de alto luxo e automóveis como Ferraris e Porsche top de game. O sistema financeiro apanhado de surpresa pois alguns destes fundos estavam por gestão de empresas idôneas iludidas pelos criminosos. Apreendidos barcos de luxo e aviões também. A megaoperação da Polícia Federal, entretanto não foi completa pois alguns dos implicados foram avisados e estão escondidos. Especula-se muito sobre eventual envolvimento de políticos, magistrados – via parentes advogados – e policiais.
VARIEDADES
· Brasil parado em função do julgamento de Bolsonaro e mais seis militares e políticos ligados a ele. As reuniões devem ir até o final da semana e a condenação parece certa. Manifestações neste domingo 7 em todo o país contra e a favor do ex-presidente.
· Bolsonaro recebeu carta pessoal de Trump de solidariedade. A pressão do presidente dos EUA não influi no julgamento que tem acusação com provas robustas contra o ex-presidente nas tratativas para impedir a posse de Lula da Silva. Perdeu por pouco mais de um por cento – por ter provocado tal rejeição que trinta e oito milhões de eleitores não votaram, ou votaram branco ou nulo, na segunda volta.
· Maior empresa avícola brasileira, Mantiqueira, exporta dois milhões de ovos por semana para os EUA, podendo dobrar até o final do ano. O consumo da rede McDonald’s é de dois milhões de ovos por dia, nos EUA.
· Ano marcado pelas datas redondas dos principais jornais do Brasil. Os 75 anos de O Dia, do Rio de Janeiro, 100 anos de O Globo, também do Rio, e 200 anos do Diário de Pernambuco.
· O juiz Marcelo Salmaso, de São Paulo, mandou soltar cidadão preso com 200 quilos de cocaína “para responder em liberdade”.
· Morreu Íris Lettiere, a voz dos comunicados do Aeroporto do Rio – Galeão – durante 37 anos. A locutora atuou na televisão e teve seus serviços contratados para outros aeroportos.
· Outra morte na área comunicação muito sentida foi a de Jaguar, cartunista e jornalista de relevo, aos 93 anos. Jaguar foi um dos fundadores do emblemático semanário Pasquim, fundado logo depois do ato que endureceu o regime militar. Endureceu, mas não a ponto de proibir o jornal crítico, embora com algumas edições apreendidas. Jaguar foi boêmio e deixou por escrito que gostaria de ter suas cinzas espalhadas pelos bares que frequentou. Outra perda foi Luís Fernando Verissimo, aos 88 anos. Como era de esquerda Lula decretou luto oficial de 3 dias.
· Diante da reação de seus correligionários de Santa Catarina que reagiram a ideia de Bolsonaro de lançar seu filho Carlos, vereador no Rio, a senador pelo estado, Roraima e Espírito Santo entram em cogitações. A mulher, Michele, deve ser candidata por Brasília. Bolsonaro quer toda a família com mandatos obtidos pelo parentesco com ele.
· A NESTLE no Brasil, que é o terceiro mercado da empresa, depois da União Europeia e dos EUA, afastou seu presidente Laurent Freixe, por manter relacionamento com uma funcionária, contrariando normas internas da empresa.
· O ambiente pouco acolhedor para o investimento, altos impostos e a briga com os EUA colocaram o Brasil fora das opções de empresas que estão saindo a China. Beneficiários seriam Marrocos, México, Argentina. A Índia caso se afaste dos BRICs pode ser beneficiada. Os países competitivos têm média de impostos em torno de vinte por cento. O Brasil trinta e três, mas a questão política.
Publicado em: O Semanário SOL -PT