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O que se passa no debate político do mundo hoje em dia beira o absurdo a que o fanatismo ideológico leva setores presumivelmente com algum nível de informação.
Os anos do Partido Democrata nos EUA provocaram um silêncio sobre a realidade de Cuba, um país em grave crise econômica e social, regime totalitário e policial. Os números chegam a chocar, como a produção de açúcar ser um quinto daquela nos anos anteriores a Revolução de Fidel Castro. O povo sofre com racionamento de produtos alimentícios e falta permanente de energia. As mídias que se dizem democratas se omitem. E temas como imprensa livre e liberdade de culto religioso não são comentados.
Na Nicarágua, o regime ditatorial fechou igrejas católicas e expulsou padres e freiras. O Vaticano fez uma nota lamentando e ponto final. Em toda América Latina, a Igreja não se manifesta sobre a perseguição, pois Ortega é protegido dos governos da Venezuela e de Cuba.
O drama e a reação dos países europeus com a invasão de imigrantes ilegais, que acabam na criminalidade dos grandes centros, ocupam calçadas, oneram serviços de saúde e lotam presídios, não podem ser abordados, pois restringir o acesso “é coisa da extrema direita”.
O comportamento inadequado de lideranças que enfrentem as esquerdas, como Trump, Bolsonaro e Milei, é alvo de exploração permanente. Mas o sucesso de Giorgia Moroni, na Itália, não é comentado. A líder conservadora italiana tem conquistado não apenas os italianos, mas também o respeito dos defensores da ordem e do capitalismo no resto do mundo. Percebe-se que o sucesso de seu governo incomoda as diferentes esquerdas. No caso argentino, procura-se colocar em dúvida o futuro dos ganhos até aqui obtidos pelo governo, que procura colocar em ordem um exemplo de má gestão da esquerda de influência sindical, que é a Argentina. O país tem agricultura forte, povo preparado, independência energética e vive em crise desde que o peronismo passou a ganhar eleições.
No Brasil, há silêncio pelo baixo nível dos 38 ministros de Lula da Silva, pela crise na economia, pelos indícios de corrupção, pelos equívocos internacionais em relação à invasão da Ucrânia e aos ataques sofridos por Israel. O desastre que é o ex-presidente Bolsonaro serve de pretexto para a omissão em relação à destruição de conquistas obtidas nos mandatos de Michel Temer e do próprio Bolsonaro, que fez governo muito positivo na economia e com a menor corrupção. A questão das estatais que saíram do lucro para o prejuízo nem de longe é alvo de observações nas reportagens sobre economia nos grandes jornais. Um deles tem como editora de economia uma antiga militante da mais radical esquerda.
Como é que neste mundo digital, da informação e da opinião, a seita esquerdista consegue tapar o sol com a peneira, como se diz? Possivelmente pela omissão irresponsável das elites.
A falta de lideranças. Também ocorre nos meios empresariais. A maior parte das grandes e médias empresas dirigidas por profissionais voltados para lucros e bônus. O capitalismo é a democracia não lhes interessa defender.
Publicado em: Jornal Diabo.pt 03/05/25