Lamentável que se tente de todas as formas desviar o claro objetivo das eleições municipais para um debate ideológico sem sentido.
Prefeitos e vereadores são eleitos para gerirem as cidades, desde as menores às maiores. Os projetos não passam pela ideologia, que só pode levar a graves erros. E nossas cidades não estão em condições de errarem.
O critério da escolha deve ser o perfil de gestor, incluindo os que disputam a reeleição e os que buscam voltar ao cargo já exercido. A avaliação é do cidadão, que mora no município, nele trabalha e tem suas famílias. Ser de direita ou de esquerda não tem relevância.
No caso do Rio, o desafio é claro. Atrair empresas, gerar empregos, recuperar a confiança nacional como centro de cultura e laser com segurança e qualidade. Distribuição de renda é consequência do desenvolvimento econômico, da geração de empregos e de salários dignos. O Rio tem um salário médio que não permite a elevação da vida do seu trabalhador e a circulação da riqueza. O afastamento do setor privado deixa a atividade econômica dependente do setor público, que é o que melhor paga e, por isso, cobra impostos cada vez maiores para uma população já tão sofrida. Tributar o setor produtivo é dar um tiro no pé. Empresas migram com facilidade, buscam onde são acolhidas e não exploradas.
O Rio tem de explorar o que lhe resta de referência, como é o caso da tecnologia, com instituições a serem ampliadas como os centros de pesquisas da Eletrobras, da Petrobras, Fundação Oswaldo Cruz, Secretaria de Tecnologia do Exército. Fazer crescer a movimentação de seus portos, reforçar o terminal pesqueiro de Niterói, a indústria naval.
O turismo é mais do que uma vocação, é uma realidade que tem sido relegada pelo poder público. O que temos devemos aos novos museus, a investimentos privados, como a Marina da Glória, o oceanário, a roda-gigante e os serviços de acesso ao Pão de Açúcar e ao Corcovado. Mas é preciso revitalizar a Floresta da Tijuca, facilitar grandes eventos, atraindo a colaboração de todos os interessados, como empresas aéreas, hotelaria e restauração.
Esses são os temas e não as acusações e armações que apequenam uma disputa que tem assuntos mais sérios para tratar. E mais: o candidato ideal será sempre aquele que, em nome de uma boa gestão, se disponha a manter boas relações com o Estado e a União.