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A turma deste ano da Academia Militar das Agulhas Negras escolheu o nome de Turma General Leônidas Pires Gonçalves, uma oportuna lembrança do grande militar, morto há dez anos.
O general Leônidas era gaúcho, tendo exercido comandos em seu estado, culminando com a última missão, antes de ser ministro do Exército, o Comando do III Exército, em Porto Alegre. No Comando Militar da Amazônia, formatou o Projeto Calha Norte. Foi instrutor da Escola de Comando e Estado Maior (ECEME), onde exerceu várias funções. Como tenente-coronel, serviu no Estado Maior do Exército, então sob o comando do Marechal Castelo Branco, que veio a ser o primeiro presidente da República da Revolução de 64.
Escolhido por Tancredo Neves para ministro do Exército, foi decisivo no processo de abertura política promovido pelo regime militar quando da doença e morte do presidente eleito. Primeiro quando definiu que ocupante do cargo no impedimento do titular era o vice-presidente, não o presidente da Câmara dos Deputados, posição baseada em seu bom senso e compromisso com uma transição marcada pelo entendimento, e não pelo confronto. Durante todo o governo de José Sarney, foi um verdadeiro estadista, solidário e leal ao presidente, a quem coube a responsabilidade da abertura política sem interromper o processo de desenvolvimento do Brasil que vinha sendo executado com sucesso pelo regime militar.
O presidente Sarney, a quem a história reservará um lugar de honra pela vida dedicada ao Brasil, assumiu a posição de consolidar a democracia com os militares, e não contra os militares, como veio a fazer com sucesso.
Homem com trânsito na sociedade civil, foi naturalmente detentor do reconhecimento de todos, a começar pelos seus pares, em exemplo que vem sendo repassado a sucessores, dando base a escolha dos novos oficiais de nosso Exército para dar seu nome à turma deste ano.
É sempre bom lembrar de que o Brasil, desde a independência, muito deve de seu desenvolvimento econômico, social e político a admiráveis militares, sempre presentes nos grandes acontecimentos nacionais. Em todas as ocasiões que saíram dos quartéis foi para a defesa dos mais altos interesses nacionais, impedindo por mais de uma vez aventuras ou opções equivocadas. Ontem, hoje e sempre certamente.
Parabéns aos novos oficiais pela feliz escolha do patrono, pois o Brasil conta é com os militares para a defesa de sua soberania, independência, liberdade e ordem política, econômica e social, e sem radicalismos.
Publicado em: jornal O Dia 03/11/25
