O prefeito do Rio, Eduardo Paes, cuja principal credencial é a de ser um bom gestor e realizador, é também bom político, no sentido de ter personalidade, habilidade e determinação.
Ao formar a chapa para a disputa do quarto mandato, agiu com competência e lealdade. Aliado do presidente Lula, soube resistir às pressões para negociar com o PT a sua vice e, com dignidade e lealdade, obteve a concordância do presidente da conveniência de ter um nome ligado a ele e que não tornasse nacional a eleição municipal. Ele é candidato a dar continuidade a um projeto para a cidade independente de posições políticas ou partidárias. E por isso tem esta posição confortável na disputa.
Eduardo Paes mostrou competência e empenho numa política de renovação e apoio a novos valores ao buscar o companheiro de chapa no jovem deputado Eduardo Cavaliere, em primeiro mandato, mas já com passagem no Executivo, respeitado e admirado pelos que o conhecem. Ele mesmo ingressou na vida pública muito jovem, no grupo convocado pelo então prefeito Cesar Maia.
O vice não pode brigar com o pensamento do eleitor e deve agregar. Lula foi competente ao ter Alckmin como vice, acenando assim que não iria muito longe numa radicalização ideológica. Seu oponente, Bolsonaro, arrogante, escolheu como vice um ilustre oficial que entrou na campanha mudo e saiu calado, e não lhe deu um voto. Antes, Lula já havia tido como vice José Alencar Gomes da Silva, senador minero, industrial e ex-presidente da Federação das Indústrias.
A circulação da informação em todas as mídias faz o eleitor mais informado e com maior facilidade para definir um voto mais pragmático. Manter boas relações com o governo federal é fundamental para uma boa gestão. A diferença no volume de benefícios ao então Estado da Guanabara entre dois bons governadores, Carlos Lacerda e Negrão de Lima, é que o segundo, eleito pela oposição ao regime militar, governou em excelentes relações com três presidentes – Castelo Branco, Costa e Silva e Médici – e o Rio recebeu grandes benefícios, enquanto Lacerda brigava com Jânio e Jango e teve poucos recursos fora do orçamento estadual.
No Rio, o candidato Eduardo Paes é beneficiário ainda da imensa dívida da família Bolsonaro com o eleitor que lhes deu tantos mandatos e nos quatro anos de Presidência da República, quando nem uma obra foi feita e as importantes ficaram paradas, como os acessos rodoviários à capital. Carecem de autoridade para pedir votos a um candidato também sem passado de serviços prestados.
Foi-se o tempo de o povo votar mal! As pesquisas comprovam.
Publicado em: Jornal O Dia 23/09