Getting your Trinity Audio player ready...
|
Nilton Caldeira, o vice-prefeito do Rio, é homem público singular. Ajudou Álvaro Valle a fundar o PL, sendo companheiro do saudoso político desde a primeira hora e primeira eleição.. Como testemunha desta longa e dedicada caminhada, pude observar o desprendimento, espírito público e lealdade de Nilton. Todos os que estiveram ligados a Álvaro Valle o tinham como merecedor de respeito e admiração. E simpatia. Lembro de que meu querido amigo Milton Steinbruch, que foi deputado federal e delegado regional do Trabalho no Rio, dar conta das qualidades de Nilton, com quem conviveu muitos anos no partido, como singulares.
Se existe alguém na política carioca e fluminense a não merecer uma desconsideração, seu nome é Nilton Caldeira.
Já o prefeito Eduardo Paes, não se sabe o motivo, vem metendo os pés pelas mãos, comprometendo uma carreira que tinha tudo para ser promissora. Nascido em família de gente educada, o pai, Valmar, viveu cercado de simpatia, e o tio e padrinho Lourival marcaram sua presença na vida carioca pela cordialidade. Nunca se deixaram afetar pela proximidade com o poder – afinal, um era pai do prefeito e outro, genro do grande ministro general Leônidas Pires Gonçalves, além de tio e padrinho do prefeito em dois mandatos. Outro exemplo de discrição e comportamento tem a mãe, Consuelo. Eduardo Paes começou a vida estagiando no conceituado escritório Gouvea Vieira, de onde saiu para abraçar a vida pública, convocado pelo prefeito Cesar Maia, de cujos filhos era amigo. Portanto, não tem explicação para este retrocesso comportamental.
Aliás, circula que, no desfile das escolas de samba, ficou com todos os convites do camarote municipal, nada tendo cedido à ex-presidente da Riotur Daniela Maia, a amiga que o introduziu na política, sabendo que ela teria convidados importantes para sua campanha a deputada em outubro.
O Rio precisa do Eduardo Paes anterior, que se conecte como Estado e a União, que não faça política fora de hora. Sua missão é governar e não agradar a minorias que, podendo, nunca votaram nem votarão nele. Briga com o seu entorno familiar, social, núcleo duro de seu grupo político, com essa troca de gentilezas com o ex-presidente Lula, ligação que o levou à derrota eleitoral em 2018. O prefeito, aliás, nunca escondeu fascínio ou temor das mídias esquerdistas, que paparica, mas estas jamais lhe serão favoráveis em majoritárias nas quais a esquerda tenha chance. Postura que nem Freud explicaria.
Os baixos índices de aprovação do prefeito podem trazer de positivo o seu acordar para ser coerente a sua linha e aliados naturais, não nos interesses, mas na identidade no pensamento e na postura. É jovem o suficiente para se emendar.
JUÍZO PREFEITO !!!!
Publicado em : Jornal Correio da Manhã 29-04-22