A bancada mineira, quando dividida entre PSD, UDN e PR, reunia o que havia de melhor no Congresso Nacional, no bom senso, no espírito público e no fazer política com respeito mútuo, apesar das divergências partidárias. Naqueles anos não havia a questão ideológica, limitada a uns poucos militantes, idealistas de esquerda, como Bento Gonçalves, Santiago Dantas, Bernardino Lima, e de direita, como Aníbal Teixeira, Athos Vieira de Andrade. Até o PTB, que era a quarta força, tinha sua ala direitista, com o deputado Waldomiro Lobo, na linha de frente de apoio ao movimento de 64, e outros valores, como José Hugo Castelo Branco.
O governador Magalhães Pinto, que derrotou, em 1960, o candidato da coligação PSD-PTB, Tancredo Neves, pertencia à UDN, que fundou com Virgílio Melo Franco, que reunia nomes marcantes na vida nacional, como Milton Campos, Bilac Pinto, Rondon Pacheco, Monteiro de Castro, Oswaldo Pieruccetti, Pedro Aleixo, Zezinho Bonifácio. E, na ala jovem, valores do nível de Oscar Dias Correia, Aureliano Chaves, Hélio Garcia.
Com essa base é que Magalhães realizou uma grande obra, uniu Minas no desencadear do movimento de 31 de março, tendo, depois, sido o deputado mais votado do Brasil, em 66, senador, em 70, e ministro das Relações Exteriores do Governo Costa e Silva e presidente do Senado, em 1975.
Todos os políticos daqueles anos eram de reputação ilibada, como os pessedistas José Maria Alkmin, Benedito Valadares, Ovídio de Abreu, Bias Fortes, Israel Pinheiro, Levindo e Osanan Coelho, JK , Murilo Badaró e Tancredo Neves, entre outros. No PR, Artur Bernardes e seu filho, que foi senador, Tristão da Cunha e seu filho Aécio Cunha, Mário Rola, Clóvis Salgado, que foi vice de JK, e outros.
Nesta linha da tradição política de Minas, é oportuno lembrar que muitos eram empresários, como o próprio Magalhães Pinto, fundador do Banco Nacional e de outras empresas, tendo sido presidente da Associação Comercial de Minas; os deputados Antônio Luciano, Gilberto Faria, Lael Varella, Sebastião Paes de Almeida, Decio Scarano.
Logo, o governador Romeu Zema pode aliar à sua formação de empresário o tempero político, que falta em sua atuação, motivo certamente pela perda do primeiro ano de mandato sem um projeto de crescimento para Minas. E ideias não faltam…