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O embaixador Negrão de Lima deixou o governo do Estado da Guanabara, cercado do respeito, da admiração e da estima do povo que o elegeu por maioria absoluta, em pleito direto, e que através de discreta e simpática administração soube chegar bem perto da unanimidade , com obras marcantes como a alargamento da Av Atlântica e a remoção das favelas do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas.
É motivo de satisfação para os que acreditam na classe política – nos que abraçam a vida publica por vocação e civismo – verificar que após quatro décadas de presença atuante no cenário político e administrativo um homem deixa o poder e consegue ser mais popular e estimado do que no tempo em que o exercia. JK só conseguiu este reconhecimento depois de morto.
É esta ainda uma prova de que a opinião publica brasileira sabe distinguir aqueles que procuram servir com honestidade de propósitos dos aventureiros e arrivistas.
Nunca tripudiou ou permitiu que se tripudiasse sobre eventuais adversários. Muito menos impôs favoritos na administração ou na sua sucessão.
Entre os segredos sábios do Negrão de Lima estava a simplicidade e a coragem de enfrentar com paciência as dificuldades, nunca procurando buscar no passado justificativo para os obstáculos que, com rara felicidade, sempre soube superar. Por isso é importante que se recorra sempre a historia, aos exemplos do passado, as lições a serem observadas.
Como Negrão sua geração deu ao Brasil inúmeros outros exemplos. Amaral Peixoto no Rio, Bias Fortes e Magalhães Pinto em Minas, Luiz Viana Filho na Bahia, João Cleotas em Pernambuco entre outros. E parlamentares exemplares como o Rio teve em Gilberto Marinho, os gaúchos em Guido Mondim, RIO Grande do Norte com Dinarte Mariz, Mato Grosso com Correa da Costa e tantos outros.
Novos políticos deveriam procurar estes exemplos como inspiração para o exercício da política, o eleitor votar com mais cuidado. Na política recordar também é viver com sabedoria. A classe política pode melhorar seus quadros, com o eleitor procurando votar melhor.