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Percebe-se nas redes sociais um forte movimento com base em ódios pessoais e sede de vingança em relação aos envolvidos em processos de corrupção. Nada mais natural que todos desejem o fim da impunidade no Brasil e a melhor aplicação dos recursos do povo, que são os dos governos. Muitos políticos erraram, estão pagando ou vão pagar por isso. Mas é preciso uma avaliação justa do papel de cada um na vida nacional até aqui. Mandatos são conquistados com votos e esta mesma sociedade enraivecida é que vota. E tem revelações que levam a decepção.
Dois ex-governadores, de importantes estados da federação, estão complicados nas investigações: Sergio Cabral, do Rio, e Aécio Neves, de Minas. Ambos com cerca de 30 anos de política e campeões de votos. Eleitos governadores, foram reeleitos com relativa facilidade.
Quem parar para pensar chegará facilmente a conclusão de que o envolvimento de ambos em denúncias é de se lamentar por um motivo muito simples. Em país de pouca gente que faz, ambos foram bons governantes e, por isso, tiveram dois mandatos. Nada justifica os erros que possam ter sido cometidos, mas não podem merecer a mesma condenação de outros que apenas usaram e abusaram do poder em benefício próprio ou de desvios de recursos do país para outras nações por mero sentimento ideológico.
A defesa das operações em andamento deve ser ponto de honra de tantos que aspiram a um país melhor na qualidade dos homens que exercem funções nos três poderes da República. Mas com menos emoção, pedindo celeridade nos julgamentos e respeito às regras estabelecidas. Qualquer mudança agora, por mais fundamentos que tenham, representariam uma afronta à sociedade.
O presidente Temer vem se enfraquecendo na medida em que seus escolhidos são alvos de denúncias, alguns levados a deixarem posições de relevo na alta cúpula governamental. Melhorar a qualidade da equipe não parece ser uma prioridade do presidente e, por causa disso, pode viver dias tensos daqui para a frente. Precisa se reconciliar com a Nação, usar da autoridade e, quando o fizer, não voltar atrás como da convocação dos militares para a manutenção da ordem e proteção de bens públicos.Uma rara atitude elogiável pois ordem só mesmo com militares.
É preciso que todos, não apenas políticos e magistrados, mas todos nós sejamos menos emocionais e mais voltados para a superação de uma grave crise na economia que faz parcela da população ver agravados seus sofrimentos.
Raiva não cria empregos, não melhora o atendimento na saúde nem recupera a dignidade no ensino nas escolas.