Impressionante a repercussão na semana passada, do falecimento da jornalista Anna Maria Ramalho, levada por um surpreendente e rápido câncer no pulmão.
Tão logo a notícia se espalhou, as redes sociais ficaram cheias de manifestações de pesar e textos comoventes de amigos e admiradores. A teóloga Maria Clara Bingemer, Ângela Brant e Ricardo Cotta, entre outros, inspiraram mais de mil postagens de pesar e lembranças. Na mídia, a primeira repercussão foi o belíssimo texto de Cláudio Magnavita aqui no nosso Correio da Manhã, seguido de uma nota no Ancelmo Gois, Lu Lacerda e o noticiário da Band e da Globo.
Anna Maria estava com um blog e uma live com algum sucesso. Teve uma rica e bela carreira no JB, Globo, O Dia, Manchete, onde começou, e por último aqui no segundo caderno, que a pandemia interrompeu. Foi braço direito de colunistas como Zózimo, Boechat e Fred Suter, além de ter assinado colunas. Escreveu o monumental livro dos 35 anos de jornalismo do exigente Ibrahim Sued e foi ghost writer do delicioso “O Rio que Passou em Minha Vida”, de André Jordan.
Mas o que poderia ter justificado tamanho abalo na cidade? Claro que um conjunto da obra raro nos dias de hoje. Anna Maria Ramalho personificava o bem, na amizade, como mãe, avó, irmã e tia, profissional correta e talentosa. E educadíssima, de uma classe no ser e conviver a altura de sua mãe, que ela recordava a cada momento, D. Honorina, que conheci lá nos anos 1960.
Logo, a nossa amiga até ao nos deixar foi exemplar. Deixou esta prova de que ser do bem como ela tem seu reconhecimento, provoca admirações, carinho. Muitas mensagens foram com a ressalva de que as pessoas não a conheciam, mas admiravam. Não a jornalista apenas, mas o que ela transmitia da pessoa boa, generosa, alegre e lutadora que foi.
Para a família, os sobrinhos que ela amava e se orgulhava tanto como Maria Clara e Guilherme Amado, a irmã e amiga Bel, sem falar do filho, Cristiano, da nora e das netas Antônia e Olívia, pelas quais era fascinada e todos nós, ela não deixará de estar presente, de ser lembrada, pois deixou este rastro de boas lembranças, bons exemplos e saudade que vão embalar o futuro de cada um de nós.
Adeus, Anna Maria querida. Até já!
Publicado em : Jornal Correio da Manhã 03/08/22