A Associação Comercial do Rio de Janeiro, que data do Império, é conhecida como a “Casa de Mauá”, o primeiro notável empresário do Brasil, no reinado de Pedro II, que o fez Barão de Mauá. Devemos a ele as primeiras ferrovias nacionais e uma presença relevante no mercado bancário do Brasil e do Uruguai.
A entidade tem dado ao Brasil nomes de alta relevância na história do empreendedorismo. Ainda no Império, teve na sua presidência o Barão de Oliveira Castro. Já na República, homens que juntavam a atividade empresarial com o fazer a ligação das classes produtoras aos diferentes governos, conselheiros informais da República, como João Daudt de Oliveira, com Vargas, Rui Gomes de Almeida, com JK, e Antonio Carlos Osório, com Costa e Silva. E sem nunca terem exercido qualquer tipo de função pública.
Esta semana, a entidade, hoje presidida por José Antônio Nascimento Brito – ele muitos anos diretor do Jornal do Brasil, presidente da Radio JB, preside a Associação das Emissoras de Rádio e TV no RJ e trabalhou no setor do café, do açúcar e de telecomunicações –, elegerá, para Grande Benemérita, a ex-presidente Ângela Costa, que tem uma bonita história de vida com sucesso empresarial. E Beneméritos, os empresários Ricardo Salles, na terceira geração na entidade, que vem se juntar ao pai, Áureo Salles, empresários de grande tradição na área de refrigeração no Rio, e o médico e empreendedor Gilberto Ururahy, fundador do pioneiro Med-Rio, referência no check-up de executivos. Ocupam as vagas de dois grandes brasileiros, Lázaro Brandão e Theophilo de Azeredo Santos.
O Rio, que vive um processo de recuperação, em meio à crise fiscal herdada, a pandemia, conta mesmo é com a livre empresa para sua retomada do crescimento. Dos governos, precisa apenas de apoio, segurança e o fim do que foi iniciado, como o estranho caso das rodovias federais abandonadas, subida da serra na Washington Luís, descida da serra das Araras na Dutra, o abandono e a insegurança no Arco Metropolitano. Algo parece que vai andar na BR 101, na direção de Angra dos Reis. Mas é pouco para um Estado que tem presidente da República oriundo da política local, um senador e um vereador, filhos do presidente. A renovação da DUTRA será no final do mês, mas deveria priorizar as obras na serra das Araras. Temos de cobrar!
Publicado em : Jornal Correio da Manhã 08-10-21