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Neste clima radical que vivemos, em que a maior vítima, além do povo brasileiro, é a verdade, as narrativas parecem todas distorcidas da realidade e provocando o desgaste perante forças vivas relevantes da sociedade e das instituições nacionais.
Uma análise sem preconceitos e pensamento ideológico mostra um lamentável quadro de erros, falhas, em que nada aponta para os reais interesses da nacionalidade.
Não se pode negar que o Judiciário, em especial o STF, tomou o caminho perigoso e desaconselhável da política. O resultado triste é coroado pela incoerência dos mesmos juízes que atuaram e condenaram nos escândalos de corrupção agora anulam sentenças mesmo diante de provas, confissões e devolução ou apreensão de muito dinheiro. Também exagera nas penas a equivocados cidadãos que foram induzidos a uma lamentável baderna, inadmissível pela violência e inutilidade. Não se trata de anistiar fatos tão revoltantes, mas também não parece razoável o rigor das penas em réus majoritariamente primários. Na primeira instância, vem provocando revolta na população as audiências de custódia que liberam criminosos com várias condenações anteriores por crimes praticados.
No Legislativo, a ocupação da mesa das duas casas pela oposição exibiu a baixa qualidade a que chegou a representação popular. E a falta de objetividade em aprovar emenda – a Constituição que deixasse claro as questões da segunda instância –, dando prazo para exame de processos enviados por cortes superiores e até mesmo os limites da imunidade parlamentar que tem sido constantemente violada pelo STF.
E o Executivo mostra um governo sem rumo, sem projeto e sem realizações. Todo o esforço e os recursos são voltados para o populismo de inspiração eleitoreira, provocando até mesmo apagão da mão de obra pelo número absurdo de atendidos por programas sociais aumentando a economia informal. A mais o uso e abuso de viagens das autoridades ao exterior.
Lula não é o que acusam – e insultam –; apenas merece condenação pelo governo ineficiente, a política externa alinhada com ditaduras e por provocar crises como a que vivemos com os EUA, tradicional aliado do Brasil. E por se dedicar mais a política do que a administração.
E Bolsonaro não é genocida, apenas é uma figura menor, cujo programa é mais de um chefe de família do que de líder político, que construiu uma improvável derrota com arrogância e ignorância. Fez, sim, um governo positivo graças à ação de ministros como Paulo Guedes, Tereza Cristina e Tarcísio de Freitas, que não aparecem nestas trapalhadas em julgamento na Justiça.
Esse quadro leva à conclusão de que, para o país não sucumbir no caos, virar a página em relação a esta polarização nefasta é necessária, fazendo prevalecer a voz da maioria silenciosa, que é pelo bom senso, equilíbrio e fraternidade. E tem ainda quadros para esta mudança.
Bolsonaro está condenado e dificilmente seria aprovada uma anistia só para o atender.
Os brasileiros que vivem 3m Portugal e os portugueses que acompanham o que se passa no Brasil precisam conhecer está triste realidade que o país vive.
Publicado em: Jornal Diabo.pt 13/09/25