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Um olhar sobre a história registra que, ao longo dos tempos, os grandes líderes souberam se cercar de gente de qualidade ética, moral, cultural e de sabedoria política. Os solitários, fenômenos históricos, tiveram dificuldades ou erraram muito.
No Brasil, desde o Império, os governos eram formados por titulados do Império de grande valor ou personalidades notáveis em seu tempo. O imperador Pedro II contou com figuras como Duque de Caxias, Marquês do Paraná, José Bonifácio, Barão de Mauá e Marquês de Tamandaré. Tinha interlocutores de alto nível e, assim, construiu um Brasil progressista e respeitado.
Na República, a chamada Era Vargas reuniu em torno do presidente um grupo de homens de alto preparado e dignidade. Oswaldo Aranha, Lindolfo Collor, Francisco Campos, Salgado Filho, Simões Filho, Vicente Rao, Afrânio de Melo Franco, Lourival Fontes e no último mandato jovens talentosos como Tancredo Neves, Negrão de Lima, Antônio Balbino. JK reuniu homens da respeitabilidade de Amaral Peixoto e José Maria Alkmin, assessores do nível de Roberto Campos, Lucas Lopes e Josué Montello. Nenhum teve “núcleo duro” com parentes e figuras menores.
Este olhar sobre o passado chama atenção para a importância do nível e categoria dos interlocutores dos presidentes. Não podem ficar cercados de bajuladores, despreparados, interesseiros e desprovidos de espírito público.
Muitos pais costumam alertar os filhos quando próximos do casamento para observarem a família dos escolhidos, seus hábitos, cultura e educação. O mesmo vale para governantes, que devem se cercar de pessoas com qualidades para prestarem eficiente colaboração.
A sociedade brasileira, em todo território nacional, dispõe de personalidades em condições de serem atraídas para a vida pública, a política, a administração pública. Urge melhorar a qualidade para consolidar a democracia e promover o desenvolvimento econômico. O Brasil tem patinado, cresce pouco, melhora pouco a qualidade de vida da população. A gestão pública deixa a desejar. Temos recursos suficientes para fazer muito, mas os gastos têm sido feitos com pouco zelo e objetividade.
Não se entende um povo que tem camadas preparadas, empreendedoras, estar com a baixa qualidade na prestação dos serviços públicos e não conseguindo atrair investidores para a geração de bons empregos. Burocracia, altos impostos, corrupção e insegurança jurídica atrofiam o país.
Publicado em: Jornal O Dia 14 07 25