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Esta onda de críticas à política econômica do Estados Unidos ao impor tarifas para comprar produtos e contratar serviços do mundo tem certa incoerência. Afinal, o presidente Trump apenas procura proteger sua economia, estancar um endividamento crescente e perigoso para a estabilidade do país, cobrando mais ou menos o que os outros sempre cobraram. No caso brasileiro então, é gritante a incoerência dos protestos. O Brasil tem uma das economias mais fechadas do ocidente e certamente a mais fechada dos países membros da OCDE. E ficou com a tarifa maior pelas atitudes políticas hostis aos americanos na guerra do Oriente Médio, na invasão da Ucrânia. Sem falar na proposta solitária de Lula da Silva para trocar o dólar como moeda de troca entre os países membros dos BRICS.
Aliás, os BRICS acabaram se tornando um instrumento de ação policial contra os EUA, num alinhamento com o eixo Moscou-Pequim e passou a incluir países como o Irã. O Brasil e a Índia são os que mais podem perder, como já vem perdendo. A China e a Rússia, potências nucleares, acabam se entendendo com o rival EUA. Por isso, nunca se manifestaram em relação à proposta da moeda que tanto irritou – e com razão – o presidente Trump.
Os grandes avanços americanos se deram nos governos conservadores do pós-guerra, como os republicanos dos anos 50 e o grande salto com Reagan nos anos 80. A eleição de Trump foi uma reação à política de imigração irresponsável, aos impostos altos, ao esvaziamento da indústria americana. Trump diminuiu impostos e está trazendo de volta o que estava fora, especialmente na China e em alguns outros países asiáticos, procurando acabar com a perigosa dependência de fármacos e chips orientais. As tarifas são para travar o crescimento da dívida e compensar as medidas de estímulo aos novos investimentos. Um direito que lhes assiste.
O ocidente tem perdido espaço para os tigres asiáticos por terem custos superiores. Ninguém fala que defender os pobres seria taxar estes países que exploram mão de obra, vendem barato e roubam empregos no ocidente, onde os salários e direitos são muito superiores. Justiça social começaria em casa e não às custas do país rico que perdeu centenas de milhares de vida nas duas guerras por solidariedade à Europa.
A democracia tratada como vem sendo, em que as massas estão em decadência cultural pela imigração descontrolada, sem afinidades históricas, tem sido um empecilho para a solução de muitos problemas. A Argentina
teve eleições e o projeto até aqui vitorioso do presidente Javier Milei, apesar de duro venceu. A mídia dominada pela nova esquerda vem se encarregando de minar o conceito do presidente e seus mais próximos. No Brasil, em confronto com os EUA, o governo desgastado é favorecido por uma oposição em que a figura mais relevante é o ex-presidente Bolsonaro, em processo de condenação por inúmeras trapalhadas que provocou e com uma família que dispensaria ter inimigos. Bolsonaro, que fez um bom governo, se deixou levar pela arrogância e ignorância, perdendo a oportunidade que o destino histórico lhe proporcionou. A continuar com imensa popularidade que tem, insuficiente para vencer, entretanto, vai prorrogar um grupo que pode levar o país a um caminho sem volta para a ditadura e a falência no modelo venezuelano.
Casos a serem meditados.
Publicado em: jornal Diabo pt 15/11/25
