Getting your Trinity Audio player ready...
|
A relutância do presidente Lula em entender que o discurso esquerdista do desenvolvimento pela gastança é ultrapassado e perigoso, e que este estímulo ao consumo pelo endividamento das famílias é muito temeroso, pode levar a um agravamento da crise econômica em curto prazo e reflexos políticos.
Com essa hostilidade ao empreendedor, impostos entre os maiores do mundo, promessas de diminuir carga horária de trabalho e corrupção do guarda da esquina até os mais altos escalões da República, investir no Brasil parece ser um ato imprudente.
O próprio ministro Fernando Haddad sabe que não pode controlar inflação e baixar juros com a relutância do presidente em moderar gastos. E a necessidade de compor base parlamentar não justifica a baixa qualidade dos ministros e dirigentes de órgãos relevantes. Todos os partidos possuem quadros de boa qualidade para exercer funções de confiança. O que se passa nos fundos é grave e o setor do mercado de capitais tem sofrido com a visível tolerância com atos de gestão temerária.
Na política externa, não andamos em boas companhias. Relações difíceis com Israel, simpatias com a Rússia, antipatia com Trump, tolerância com Maduro e Ortega beira o absurdo. Os diplomatas mais antigos estão muito preocupados, pois o que se faz contraria toda a tradição da Casa de Rio Branco.
O mundo vive um momento de turbulência. Nosso país tem fragilidades, o interesse público pede prudência e moderação. Além de proposta colocada na mesa pelos mais responsáveis e experientes.
O Brasil é maior do que Lula e Bolsonaro, como disse o deputado Aécio Neves, que iniciou um movimento de salvação nacional e vem sendo alvo de ataques dos dois lados. O deputado mineiro não postula nada que não organizar o chamado centro democrático, que é o pensamento da maioria da sociedade. Os membros da seita bolsonarista que o atacam estão mais interessados na impunidade de seu guru do que na salvação nacional.
A eleição de Tancredo, avô de Aécio, foi projeto de redemocratização com segurança e responsabilidade. A genial concepção incluiu a indicação do vice, José Sarney, que acabou por ser o executor do projeto, que veio a contar com o jovem Aécio no Congresso a partir do segundo ano do mandato e dos trabalhos da Constituinte.
O momento pede o mesmo espírito conciliador e de harmonia para atender ao interesse supremo do Brasil, que é de todos nós.
Publicado em: jornal Correio da Manhã 16/05/25