Políticas públicas envolvendo municípios e Estado poderia permitir a revalorização de zonas nobres, em desgastes nas últimas décadas, que mantêm todo o potencial de acolher empreendimentos industriais de médio porte, próximas do centro e com eficiente comunicação com todos os bairros, estradas e aeroportos.
O bairro de São Cristóvão é o maior exemplo no Rio de Janeiro. Tem história, sedia o Museu Nacional, a Casa da Marquesa de Santos, unidades militares de valor histórico e arquitetônico, centro hospitalar, com o Quinta D’Or, e a rua Figueira de Mello ainda reúne a nata do comércio de autopeças. O Pavilhão de São Cristóvão, no entanto, pede recuperação e destinação nobre urgente.
Algumas repartições do Estado relevantes ali estão sediadas, como a da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP-RJ), no edifício da Fonseca Teles e no Campo de São Cristóvão.Este ultimo tem andares vagos a serem ocupados. Na área, ainda há educandários como o Pedro II, o Gonçalves Araújo, da Irmandade da Candelária em prédio histórico; polo gastronômico com restaurantes consagrados como o Adegão Português, o da Quinta da Boavista, a Casa do Sardo e outros. E um mínimo esforço poderia reabrir indústrias ligadas a tecnologia, mecânica, call centers, gráficas.
Na visão de Carlos Lacerda, a zona industrial de Santa Cruz poderia ser também alvo de um trabalho do setor público. Lá estão empresas relevantes como a Casa da Moeda, Gerdau, Coca-Cola, na região que abunda mão de obra, e inclui bairros operários de tradição, como Bangu e Campo Grande. Progresso e investimentos não dão em árvores; pedem criatividade e atração. Algumas unidades, em construções novas ou reformadas com ampliação, poderiam não pagar IPTU por dez anos, por exemplo. O governador Claudio Castro já criou incentivo para novas indústrias em muitos municípios e deve obter bons resultados.
Por isso, os municípios e o Estado devem manter boas relações, sem agressões e sem colocar a política partidária ou as ambições acima do interesse público. A cidade do Rio, na zona oeste, poderia ter os inventivos do ICMS em parceria cidade-estado. Mas o prefeito está mais preocupado em fazer política
Publicado em : Jornal Correio da Manhã 31-03-22