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O país é forte, vem aguentando muita coisa. Mas tudo tem um limite e estamos no da tolerância com o desemprego jamais visto, com a economia estagnada, vivendo do heroísmo de nossos agricultores, da abundância de dinheiro nos mercados financeiros internacionais.
Independentemente de se prestigiar o Judiciário e apoiar a Polícia Federal, temos de criar uma agenda de emergência para tirar o país dessa situação que o faz regredir em comparação com a maioria das nações. Estamos correndo o risco de uma situação como a da Venezuela, levando o povo ao desespero e à fome.
O governo tem de ter coragem e o Congresso, juízo para tocar como prioridade não só as reformas da Previdência e a trabalhista, mas um pacote de simplificação fiscal, estímulos reais ao investimento interno e externo. Nos últimos tempos, a busca do consenso acaba por estimular uma série de mudanças incompletas e, consequentemente, insuficientes.
O BNDES tem pela primeira vez, em décadas, no seu comando um economista comprometido com a economia de mercado com coragem. Paulo Rabello de Castro deveria ter carta branca para colocar a instituição na linha do ambiente positivo ao investimento, especialmente para a indústria, a agroindústria e algumas prioridades na infraestrutura. E caberia renegociar financiamentos, como os ligados ao turismo.
Os estados devem ser apoiados na diminuição de seu tamanho na área de pessoal, que, nos anos de bonança, cresceram demais em número e remuneração, hoje quase sempre superior ao setor privado. A lei de responsabilidade fiscal precisa ser obedecida.
As distribuidoras de energia elétrica, por exemplo, têm entre seus maiores inadimplentes órgãos públicos, da administração direta ou indireta. No caso dos estados, deveriam ser autorizadas a descontarem no ICMS as contas estaduais. Temos de acabar com a proteção ao calote, desde o caloteiro do cartão de crédito às empresas estatais, públicas ou da administração direta.
Chegamos próximos do limite na má gestão da saúde e da educação, no trato com o setor da infraestrutura, com pendências se arrastando por anos, como é o caso das obras paradas e da má conservação da Rio-Juiz de Fora, pela CONCER. Não é justo colocar o Brasil sob tantos riscos pela politicagem barata de políticos que dão prioridade à demagogia e à ideologia e pelo imobilismo de órgãos em relação ao que está parado por falta de decisão.