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O Rio pode ser considerado a mais portuguesa das cidades brasileiras. Não só pela história de capital do Reino Unido, do Império, sob o comando da Casa de Bragança e a arquitetura preservada, mas pelas famílias que subsistem sem abandonar a origem além-mar, relevantes na vida social, empresarial e desportiva. A nomenclatura das vias públicas preserva nomes de ilustres portugueses.
As igrejas, as devoções e os prédios emblemáticos como o do Real Gabinete Português de Leitura, são admirados internacionalmente. O Consulado Geral de Portugal, no Palácio São Clemente, é, entre todos, o mais conhecido e reverenciado, sendo distinguido pela presença da nata da diplomacia portuguesa, como neste momento por Gabriela Soares Albergaria.
Dois jovens atuantes na vida do Rio, Carlos Roberto Osorio, empresário, ex-deputado, secretário municipal e estadual, e seu primo Luiz Eduardo Osorio, referência de alto executivo em grandes grupos, acabam de publicar um completo trabalho, em 400 páginas, da história das famílias Amaral, da avó, e Osorio, do avô, filhos dos casais que aportaram no Rio em meados do século XIX, fincaram raízes e constituíram fortunas. Uma família que na quinta geração permanece presente, em tantas áreas.
Uma história familiar que se confunde com a do Vasco da Gama, ponto de união de todos em todas as gerações. José do Amaral Osorio dedicou sua vida à militância vascaína, integrando filhos e netos, o irmão Antônio Carlos, na mocidade foi diretor de futebol do Vasco campeão, tendo sido presidente histórico da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Carlos Roberto, um dos autores do livro, foi braço direito da gestão Jorge Salgado, que resgatou o clube de grandes dificuldades.
Na mesma geração de José Amaral Osorio, marcaram a cidade os irmãos Alberto e Alfredo. O primeiro foi engenheiro de referência da Light e o segundo, um professor eminente e grande conhecedor da indústria nuclear, tendo sido a grande referência da NUCLEP e professor emérito. Os primos Hildegardo e Jorge Noronha, ambos com passagem na Marinha do Brasil, sendo que Hildegardo teve oportunidade de viver entre os dois países, com filhos e netos em cada lado do Atlântico, e a irmã, Elza, a companheira do arquiteto Mauro Viegas, referência em sua geração como empresário, professor e dirigente de relevo do Instituto de Arquitetos do Brasil.
São muitos os portugueses e suas famílias que pedem trabalho semelhante a este. Desde o emblemático Antônio Gomes da Costa, liderança da comunidade por muitos anos, os fundadores de empresas tradicionais, desde o comendador Marins Maia da carioquíssima Tele-Rio, Amadeu Cunha e Celestino Pereira, Manuel Lino Costa. as famílias Seabra, Saavedra, Modesto Leal, Almeida Braga aos fundadores de restaurantes marcantes na cidade, como Churrascaria Gaúcha, Adegão Português, Timpanas, Lisboeta, Grandeza e A Marisqueira.
A cidade deve muito da sua vida econômica e social a este grupo de famílias que mantém instituições relevantes nas ordens religiosas e na Santa Casa da Misericórdia, entre outras atividades.
Publicado em: jornal Diabo pt 14/06/25