A morte de D. Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Família Imperial do Brasil, serviu para mostrar o quanto é forte na memória nacional os anos da monarquia. D. Luiz, que faleceu aos 84 anos, teve uma vida muito reservada por problemas de saúde que o acompanharam desde a mocidade. A defesa da causa, em dedicação integral, coube a seu irmão e sucessor, D. Bertrand.
O HERDEIRO de D. Pedro Henrique foi o primeiro de muitos filhos. O terceiro, D. Eudes, foi oficial da Marinha do Brasil. D. Pedro é casado com uma Andrada, o que faz a família duplamente ligada à nossa Independência, que completa 200 anos. D. Antonio, que passa a ser o segundo na linha sucessória, é casado com uma princesa Belga, D. Christine de Ligne, com quem teve quatro filhos, sendo D. Rafael o quarto na linha sucessória.
A notícia da morte repercutiu em todo o Brasil. O presidente da República – que tem num sobrinho DE d Luiz um fiel aliado, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, primogênito de D. Eudes – decretou luto oficial. As Forças Armadas não só compareceram representadas nos funerais, como a Marinha do Brasil destacou soldados e oficiais para levar o caixão até a sepultura.
Em momentos de incerteza quanto ao futuro do país, essa lembrança oferece de certa maneira a alternativa, em caso de impasse institucional , de o Congresso restaurar a monarquia, como ocorre nos países de maior paz política e democracia imaculada, como são Inglaterra, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e até a Espanha, onde a monarquia é contestada pelas esquerdas a ponto de estar no Parlamento um projeto eivado de ódios e ressentimentos para cancelar 30 títulos nobiliárquicos, sob as mais inacreditáveis argumentações.
Essa realidade está mais presente em Petrópolis, Cidade Imperial, onde vivem primos do extinto príncipe, com relevância na vida local. E tem no nosso companheiro aqui no Diário de Petrópolis, Gastão Reis, o mais respeitado dos historiadores do Império e da defesa dos valores e da memória de nossos imperadores e da regente Princesa Isabel.
O poder moderador da monarquia, no mundo em que vivemos, é cada vez mais oportuno. Aliança de monarquia com militares se constitui em tradição de todos os países. E, entre nós, o estadista do Império maior foi o Duque de Caxias, militar, político e exemplar cidadão.
Publicado em : Diário de Petropolis 24/07/22