Este 28 de junho marcaria mais um aniversário de José de Magalhães Pinto, um grande mineiro que prestou relevantes serviços ao Brasil. Uma personalidade notável pelo conjunto da obra ao longo da vida.
Magalhães Pinto veio de uma família do interior de Minas ganhou Belo Horizonte como bancário que virou diretor de banco e fundou o seu aos 32 anos, ao mesmo tempo em que presidiu como o mais jovem a Associação Comercial de Minas. Ao assinar documento contra o regime do Estado Novo com ilustres coestaduanos, perdeu a posição no banco em que era diretor e fundou aquele que veio a ser o modernizador do sistema bancário, com seu sobrinho José Luiz de Magalhães Lins e mais tarde pelo filho mais velho, Eduardo. O Banco Nacional naufragou depois da saída do sobrinho, tendo o filho Eduardo presidente mais na representação e não na gestão. Eduardo foi Presidente do Atletico Mineiro muito estimado, também herdeiro das qualidades do pai.
Vocacionado para a vida pública, Magalhães Pinto tinha a preocupação com a qualidade de vida da grande massa trabalhadora. Homem de sólida formação cristã e dotado de bondade pessoal, foi um grande empregador e no governo de Minas muito fez pelos menos favorecidos. Mostrou a dimensão de seu amor ao Brasil ao ser o líder civil da Revolução de 64, que partiu de Minas numa união do poder civil com a guarnição federal ali sediada. Assim, arriscou não apenas a carreira, mas um grande patrimônio pessoal. Aliás, a fortuna nunca afetou sua simplicidade e sensibilidade social.
Recordar deste homem, que Deus e o destino me levaram a servir na mocidade e com ele muito aprender, é um imperativo de brasilidade no momento em que carecemos de empresários com patriotismo e homens públicos com este desprendimento. Cabe lembrar, ainda, que o movimento de 64 foi uma aspiração não contestada da sociedade, desde os trabalhadores aos empresários, que convenceram os militares a aceitar o brado vindo da Minas de Tiradentes.
Em 60, Magalhães venceu Tancredo Neves na disputa pelo governo mineiro e, em 85, estava na linha de frente do apoio ao adversário de antes por julgar ser o melhor para o país. Foi deputado, senador, Ministro das Relações Exteriores e Governador de Minas.
Este grande mineiro e brasileiro, esta exemplar figura humana, não pode nem deve ser esquecido. Merece nossa lembrança!
Publicado em: site jornal O Dia 30/06/25
