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Este ano marca os 200 anos do nascimento de D. Pedro II, por 49 anos Imperador do Brasil. Considerado o maior dos brasileiros, no século XIX perdeu apenas para a Rainha Vitória, que reinou por mais de 60 anos.
Filho varão de D. Pedro I no Brasil e Pedro IV em Portugal, portanto neto de D. Joao VI, era também neto do Arquiduque da Áustria Francisco I, de quem sua mãe d. Leopoldina era filha. Logo, era sobrinho de Maria Luísa de Napoleão. A Imperatriz que morreu em dezembro de 1826, aos 29 anos, e chegou a ser por dois meses Rainha Consorte de Portugal, entre março e maio do mesmo ano de seu falecimento.
Pedro II casou-se com Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, filha do rei de Nápoles e Duas Sicílias, D. Francisco, e era neta dos reis de Espanha e, portanto, aparentada da avó do marido, d. Carlota Joaquina. Tempos em que os Bragança já eram ligados ao que havia de melhor na Europa. As duas filhas do casal, Leopoldina e Izabel, se casaram com um Saxe-Coburgo e com um Orleans. A Imperatriz morreu no mesmo mês da chegada a Portugal, dia 28 de dezembro de 1889, no Porto. O herdeiro do trono português, D. Duarte, o Duque de Bragança, é seu descendente direto, pelo lado materno.
O governante marcou a formação do Brasil, com período de plena democracia e liberdade de imprensa, com boa presença internacional no comércio e nas relações exteriores. Venceu, aliado ao Uruguai e Argentina, a chamada Guerra do Paraguai, que durou cinco anos, de 1865 a 1870. No final de seu reinado, durante regência de sua filha Izabel, foi abolida a escravatura no Brasil. D. Pedro já não tinha escravos na Corte e havia vários amigos e nobres de ascendência negra, como o engenheiro Rebouças, e seus filhos, sendo que um deles o acompanhou no exílio até sua morte.
Viajante, falava inglês, francês, alemão e até hebraico; esteve várias vezes na Europa e duas na Terra Santa. Morreu na França no exílio, tendo seu velório na Madeleine e com luto oficial que provocou críticas dos republicanos ao então presidente da França. D. Pedro morava no Hotel Bedford, modestamente, mas frequentava o Instituto Pasteur e visitava intelectuais franceses, como Victor Hugo. Viveu um grande caso de amor com Margarida Maria Barros, Condessa de Barral, na França, e Viscondessa da Pedra Branca, no Brasil. Ela faleceu 11 meses antes dele, em Nice.
Quando do golpe militar que derrubou a monarquia não resistiu em postura que foi questionada pelos monárquicos desde que era popular e o povo estaria ao seu lado. O embarque para a Europa se deu dias depois do golpe militar, sendo os acontecimentos pouco conhecidos da população do Rio de Janeiro.
A bibliografia a seu respeito e ao seu tempo é rica e algumas obras estão sendo reeditadas. Mas por parte do governo de Lula da Silva não se sabe de nenhum programa para lembrar esse grande brasileiro.
Publicado em: ornal Diabo.pt 29/03/25