O Brasil vive um momento delicado, com os valores da nacionalidade ameaçados por um lamentável alinhamento com o eixo do mal, grupo formado pelo neocomunismo na Rússia, China, Irã, já representados na América Latina pelos governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela, e influentes na Colômbia e México.
Nossa diplomacia, com prestígio obtido ao longo da história, desde o Império, violentada neste suceder de equívocos em relação às guerras no Oriente Médio e na invasão da Ucrânia, numa infantil hostilidade aos EUA.
O quadro tem semelhanças com o de 64, que vivíamos as mesmas ameaças com o Palácio do Planalto divorciado da sociedade. A crise anunciada pelos ministros militares, na renúncia em agosto de 61, foi amadurecendo a reação até a nação se unir no movimento de 31 de março. O processo histórico sempre foi assim. Heck, Denis e Moss foram profetas, mas a sociedade não aceitou o pré-julgamento. Aguardou as esquerdas construírem a própria derrubada para um desfecho consensual. E 64 foi possível pois não teve donos, foi uma união de diferentes líderes políticos, três governadores candidatos à sucessão presidencial – Magalhães Pinto, Adhemar de Barros e Carlos Lacerda –, os principais partidos, o empresariado e a Igreja. Convém lembrar que na época os grandes grupos da mídia tinham donos, de relações difíceis entre eles, mas se juntaram na salvação nacional, Júlio Mesquita, do Estadão, Assis Chateaubriand, do poderoso Diários Associados, Roberto Marinho, de O Globo, e Paulo Bittencourt, do Correio da Manhã, que publicou os editoriais “Basta” e, no dia 1º de abril, o “Fora”.
No Congresso Nacional, os nomes mais respeitados, de diferentes partidos, se uniram no esforço para preservar os valores do mundo livre, em jogo naquele momento.
Os militares, discretos e austeros como sempre, acompanharam o evoluir da escalada esquerdista e, logo que chamados pelas forças vivas da nacionalidade unidas, apoiaram o brado partido de Minas Gerais na união do poder civil, representado pelo governador e os comandos militares da área. Não se prestam a aventuras.
A Revolução de 64 não teve um líder solitário, mas oficiais respeitados pelos companheiros, como Castelo Branco, Costa e Silva, Sizeno Sarmento, Cordeiro de Farias, Rademaker e Correia Melo. E não estavam servindo a grupos políticos. O compromisso militar é com o Brasil.
Uma pena, é bom reiterar, que alguns setores bem-intencionados e mal-informados cobrem dos militares uma presença precipitada nos rumos da crise nacional. As instituições vigoram, a economia resiste a agressões ao bom senso e à paz social. Não existe clima para uma solução fora do previsto na Constituição.
Acabamos de sair de uma eleição que foi uma demonstração inequívoca de que o povo brasileiro é do centro democrático. Unidos, os vitoriosos formarão uma barreira a tentativas mais ousadas de ameaçar a estabilidade econômica, social e o compromisso democrático do Brasil. A sociedade sabe se defender e claro que conta com o respaldo dos militares para a manutenção da ordem.
Os resultados de 22, e agora os de 24, confirmam a vocação democrática do eleitor. Apenas a falta de alianças e o comportamento atípico na pandemia entregaram o país à
oposição a um governo que soube gerir bem o país, mas não foi feliz no processo político-eleitoral. Vale a lição e lembrança de que se conquista a maioria silenciosa com homens de equilíbrio, bom senso e que unam.
O momento pede moderação até na crítica.
Publicado em: jornal O Dia 06/01/25