Pouco se fala no setor agrícola do Estado do Rio. Com um passado rico no café, no açúcar, na avicultura e na pecuária leiteira, o Rio foi perdendo espaço e patinando em modestos 1% do PIB local, de origem no interior.
Muito discretamente, entretanto, a economia rural começa a ressurgir, pela boa orientação do setor público. Hoje, a Secretaria de Administração está confiada ao jovem e competente Marcelo Queiroz, boa referência da classe política, assim como o setor privado vai retornando ao setor.
No norte do Estado, a cana de açúcar, com a produção de açúcar e álcool, vem retornando, já sendo duas as usinas em operação e uma produção, em torno de dois milhões de toneladas, no ano passado, o que é um quinto do que foi nos anos 1950 e 1960. A volta tem o comando de um empresário empreendedor, que é Renato Abreu. Já em Macaé, é uma fazenda modelo, a Primus, que vem obtendo excelentes resultados na soja, acima da média nacional, o que pode garantir suprimento para a pecuária e a avicultura fluminense. E ali também se planta milho e arroz.
No conhecido Vale do Café, na Grande Vassouras, relevante no Império, a volta do café é uma realidade, aliada ao turismo rural com base em seu notável patrimônio nas sedes de suas fazendas centenárias.
A pecuária leiteira vem sendo prestigiada, desde o programa implementado pelo então governador Pezão, que é de Piraí, onde se produz a macadâmia brasileira de exportação e piscicultura presente com sucesso.
A região serrana – Petrópolis, Areal, Levy Gasparian, Teresópolis, Friburgo – cresce na avicultura, nas hortas, na pecuária leiteira.
A região de Magé, Rio Bonito, Itaboraí, volta à fruticultura, cítricos. Aliás, o Rio consome toda a produção de laranjas, abacaxi, coco e banana, diminuindo a dependência de outros estados.
Os resultados quanto à produtividade da soja e do milho, acima da média nacional, no norte e noroeste do Estado, mostram que muito pode ser feito para que se gere emprego e renda, e alivie a concentração urbana, que, no Rio de Janeiro, é a maior de todo o Brasil.
O governador Cláudio Castro, no estilo mineiro, está trabalhando em silêncio no interior e, nos próximos anos, o setor deve mais do que dobrar no conjunto da economia.
Publicado em : Jornal Correio da Manhã 10-03-22