Inacreditável que no mundo moderno, com a velocidade das informações e transformações, com os exemplos do que dá certo e do que dá errado, ainda se trave tanto o avanço na economia e na qualidade de vida das pessoas. O que era bom e justo há meio século, hoje, é visto de outra maneira. Até sociedades ricas, com alto índice de qualificação, perderam o bonde, como o caso dos EUA.
O pacote de obras do presidente Biden não se refere apenas ao investimento público gerador de empregos, mas de iniciativas para aumentar a qualidade de vida das pessoas e as condições de crescimento do país. Há mais de meio século, não se investe em infraestrutura nos EUA, ficando as estradas, portos e aeroportos obsoletos. E o sistema público de saúde é praticamente inexistente. Não souberam acompanhar as mudanças, presos, muitas vezes, pela discussão de filosofias políticas e econômicas, sempre entre pessoas que independem do trabalho privado, como políticos, acadêmicos e da área pública e da base ideológica no mundo cultural.
Agora ainda sofrem com a falta de controle sobre a violência urbana, em estranho patrulhamento da ação policial. Hoje, no mundo ocidental em geral, as polícias são intimidadas pela mídia e, no afrouxamento da repressão, a violência cresce. O correto é o controle sobre os ambientes em que a violência é mais presente, inclusive com o ordenamento urbano. Nova York, na sua região mais rica, convive com chocante população de rua.
Singapura não tem os atrativos de uma cidade como o Rio, na cultura, no lazer, na medicina, no ensino. E ainda nas belezas naturais, na alegria e na hospitalidade de seu povo. Mas vive um grande momento social pelos bons empregos, e grandes empresas.
Quem gera empregos não é o governo; o que estimula a criação de empregos e bons empregos são as leis, sejam trabalhistas ou tributárias, reduzindo ao máximo a burocracia. E segurança pública, para que venham famílias de fora para altos cargos, geradores de boas oportunidades para a nossa mocidade.
Falta coragem política para atrair capitais. Falta racionalidade para dar condições ao turismo de se desenvolver, o que passa pela segurança e pelas facilidades para movimentar portos e aeroportos. Pelo clima, pois poderíamos ter uma temporada de cruzeiros marítimos de seis meses. Nada mais risível do que a Recita Federal pedir declaração de posse de mais de dez mil reais equivalentes, quando o bom turista gasta isso em dois dias. Nada mais terceiro mundo.
Precisamos de objetividade e de acreditar no empreendedor, para facilitar e não tumultuar. Liberalismo na veia, na barriga e nos bolsos vazios. E custa pouco.
Publicado em : Jornal Correio da Manhã