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Os valores que envolvem o transporte público nos centros urbanos, especialmente regiões metropolitanas densamente povoadas, são enormes e, sem uma política criteriosa, pode levar o poder público à crise com graves consequências na vida da população. Colapso no setor é calamidade pública.
Aliviar o trabalhador, que normalmente mora na periferia, longe do local de trabalho, muitas das vezes trocando duas ou três vezes de condução, ficou previsto na instituição do Vale Transporte para os empregados com carteira assinada. Poderia se acrescentar aos chamados informais um cadastro a ser feito com critério. A legislação de conteúdo demagógico que isenta estudantes e idosos indiscriminadamente, por exemplo, é coisa de terceiro mundo. Outro dia, ao comprar um bilhete nas barcas, fui informado pela bilheteira que não precisava pagar, pois era idoso. Ao entrar na barca e sentar-me ao lado de outro idoso, ele concordou comigo e me disse ser oficial general da reserva e não precisava do subsídio também. Muitos estudantes da UFF moram no Rio, e podem pagar. A UFF e outros estabelecimentos poderiam emitir documento de que o aluno não dispõe de meios para o transporte e assim não pagar. Sob responsabilidade do estabelecimento.
Esse “liberar geral” onera as empresas e estados e municípios, que já têm graves problemas. Tem de ser revisto, com calma e critério, para não prejudicar os que efetivamente precisam da gratuidade. No Brasil, reina a pouco inteligente política de se contemplar idosos, cotas raciais, categorias funcionais etc. Quem precisa de proteção não é o idoso nem o pardo, é o pobre. Basta o escândalo social que é a gratuidade das universidades públicas, todas com pátios lotados de carros de luxo, enquanto o filho do trabalhador paga mensalidades pesadas, pois o ensino é caro mesmo. O justo seria pagar quem pode, seja na pública como na privada, e serem bolsistas os que não podem pagar. Simples e justo, em país de poucos recursos e grandes desigualdades.
O Rio vive a ameaça de colapso nos trens, metropolitano e VLT, que dependem de apoio público e trabalham com múltiplas isenções. Assumir estes serviços é uma loucura, consagrada mundialmente.
É um setor que pede parceria, pois a gestão privada é mais eficiente e os custos menores. E realismo nas tarifas e gratuidades. O mais caro transporte é o que presta serviços ineficientes, humilham o usuário pela superlotação, desconforto, calor e demora nos percursos. E a falta de pagamento da parte que cabe aos estados e municípios seria desacreditar toda uma cadeia de prestação de serviços públicos, não só do transporte, mas de muitos outros setores.
Os trens suburbanos do Rio, antes da pandemia, tinham um movimento diário de 600 mil passageiros por dia, agora anda na casa dos 200 mil. Mas tem espaço para melhorar, na regularidade e principalmente na segurança, para voltar ao milhão de passageiros de 40 anos atrás. O assunto pede responsabilidade !!!!