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Esse notável esforço pela recuperação da cidade e do Estado do Rio de Janeiro com a mobilização de suas forças vivas, pede, entretanto, uma pauta objetiva e pontual junto ao governo federal.
A solução dos assuntos do momento, desde a questão da dívida pública à defesa do Galeão, passa pelo desenvolvimento econômico. Este é que vai fazer o aeroporto voltar a ter movimento e o Estado, recursos para honrar a dívida, investir e melhorar a qualidade de seus funcionários.
Talento e força política valem muito. Hoje, temos um presidente da República e dois de seus filhos com longa vida pública aqui. Eles podem, se quiserem, gerar investimentos privados no curto prazo, sem gastos públicos. Basta orientar a Petrobras para investir nos serviços em Macaé, no Cenpes, no Rio, no polo de Itaboraí, que pede novas frentes e tem muito ali investido. Sérgio Cabral e Pezão quando projetaram e começaram Arco Metropolitano foi pensando no COMPERJ que poderia aumentar em mais de dez ,por cento arrecadação do Estado.
Para consolidar vocação de porta de entrada no Brasil do turismo internacional, é preciso promover o país nos mercados emissores, com destaque para a cidade mais conhecida e admirada, que é o Rio de Janeiro. Também entrosar o Itamaraty com o Estado e o município para sediar maior número de encontros internacionais. Fazer votar logo a regulamentação do jogo aproveitando projeto do então deputado Aloísio Teixeira e começar pela reabertura dos cassinos existentes em 1947, por cinco anos. Daria um impulso ao Rio e atenderia a outros estados. Em Minas, faria renascer a relevância do circuito das águas.
O mercado financeiro tem tradição no Rio, hoje ainda tem presença nas assets, tem mão de obra altamente qualificada, poderia assumir alguns nichos como o cambial, em fase de modernização. Roberto Campos, avô do presidente do banco Central, foi deputado pelo Rio e defendeu o projeto conhecido por Rio-Dólar. Tudo depende de vontade politica.
A pressão da sociedade deve ser dirigida ao governo central. Um projeto de captação de indústrias e serviços que gere mais empregos poderia ser montado pelo BNDES, governo do Estado e a Associação Comercial, que reúne todo o círculo empresarial. Temos municípios como Friburgo, Petrópolis, Resende, Três Rios e Vassouras com vocação para diferentes segmentos empresariais. O Vale do Paraíba está despontando para turismo rural e cultural, promovendo a volta do café e fortalecendo a sua produção leiteira. E já recebe investimentos privados como os do Instituto São Fernando, braço filantrópico e do mecenato de Ronaldo Cezar Coelho. Basta uma atenção do poder federal para acelerar o processo. A Embrapa, por exemplo, poderia criar um centro de tecnologia e formação no Vale do Paraíba, assim como a Confederação Nacional da Agricultura.
Vamos criar essa pauta objetiva e de resultado no curto prazo. O Rio tem pressa e um governo de braços abertos.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã
1 comentário
Caríssimo Aristóteles, como sempre, brilhante em suas análises, me permita, não um retoque, mas apenas um diminuto comentário, para que possamos receber a merecida e devida atenção do poder federal é necessário termos uma bancada federal que dialogue com o governo federal, que tenha como objetivo a pauta de soerguimento e desenvolvimento do Rio de Janeiro.
Brilhante amigo, aqui estou, como seu discípulo e discípulo de Roberto Campos, dentre tantos outros renomados nomes de nossa história recente, colocando-me à disposição de nosso Estado para o desenvolvimento de uma pauta objetiva que retomará não só o nosso crescimento, mas como o de Minas e Espírito Santo.