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Em 1964, quando os militares, pressionados pela sociedade, abortaram o projeto de cubanização do Brasil, a economia nacional era a 46ª do mundo. Depois de 21 anos de governo autoritário – e não uma ditadura, como habitualmente referido –, o país chegou a oitava economia, tendo nos três anos do governo do presidente Emílio Médici chegado a crescer a taxas superiores a 10% ao ano, o que se chamou de “milagre brasileiro”. Os 30 anos de regime democrático aberto, com eleições diretas, levaram o país para a 13ª economia. Índia, Canadá, Coreia do Sul e Austrália passaram o Brasil. A Espanha vem a seguir, mas também perdeu posição nos últimos anos. Já na renda per capita, a situação do país continua em torno da 80ª, pela má distribuição e pela população muito grande, 225 milhões de habitantes. Entre as maiores em renda per capita países de população pequena, alto nível cultural como Singapura, Escócia e Irlanda.
VARIEDADES
· O deputado Aécio Neves, que foi governador de Minas Gerais por oito anos, foi absolvido de um processo que o acusava de ter recebido cerca de 300 mil euros para favorecer um grupo econômico. Embora como parlamentar não tivesse poder para exercer nenhum ato de mando, o fato foi amplamente divulgado e aberto o processo. Diferente se tivesse surgido com patrimônio não explicado ou em nome de terceiros. Como parlamentar não teria mesmo como favorecer nenhum interesse empresarial.
· O setor produtivo do etanol vai melhorar suas contas com o maior consumo em função do preço da gasolina. A maioria da frota de automóveis do Brasil pode ser abastecida com etanol. E a gasolina tem uma mistura de 20%. O etanol brasileiro é da cana e uma pequena parte, do milho.
· O embaixador do Reino Unido em Brasília, Peter Wilson, deixou o posto depois de apenas 14 meses e assume, na próxima semana, a chefia do gabinete de Boris Johnson. O diplomata declarou que o Brasil lucraria muito se diminuísse a burocracia.
· No vôlei, as estrelas brasileiras são de direita. O campeão Mauricio Souza vai ser candidato em Minas Gerais, e Ana Paula Henkel foi convidada por partidos de direita a se candidatar.
· Na linha de “tudo pelo voto”, o presidente Bolsonaro assinou lei que inclui absorventes nos programas sociais e no atendimento a presas.
· A crise na economia, agravada em todo mundo pela guerra, não inibe a ação demagógica dos políticos. Bolsonaro retira impostos e distribui voucher-gasolina,
em medida onerosa para o orçamento do Estado e inócua, na escalada do preço dos combustíveis. E os deputados e senadores aprovam alegremente. A resolução poderia se limitar temporariamente a retirada de impostos do gasóleo, que faz rodar o transporte público e de cargas. A gasolina no Brasil custa bem menos do que na Europa.
· A inflação, na casa dos 10%, faz aumentar a pressão do funcionalismo público por aumentos. Mas ainda existem limites de gastos para o presente ano. O pessoal do Banco Central entrou em greve parcial.
· Lula da Silva se rende a seus radicais e declara que vai ter a seu lado o movimento pela reforma agrária, o que aumenta o receio de retomada das invasões de propriedades, como ocorreu nos anos PT. Esta postura já faz diminuir nas sondagens sua distância de Bolsonaro. Muita coisa vai acontecer no processo eleitoral.
· O governador do Rio Grande do Sul pode mudar de partido e tentar ser a terceira via. Sérgio Moro não consegue sair dos dez por cento nas sondagens e João Doria não passa dos dois por cento.
· Os vacinados são cinco por cento dos óbitos nestas semanas. E quase todos com ais de setenta anos.
Publicado em: Semanário Sol.pt 19.03 22