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A criação da CPLP foi uma bem engendrada ideia do presidente Mário Soares e do embaixador José Aparecido de Oliveira, que trouxe o apoio dos presidentes brasileiros José Sarney e Itamar Franco, sobre os quais tinha grande influência e eram eles mesmo amigos de Portugal. A organização foi criada com adesão dos países conhecidos como POLOPs, apesar de o Brasil ter se desinteressado nos anos de Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva, provocando também certa indiferença do governo português.
Na verdade, a pauta da organização tem sido maior na área cultural e dos direitos de livre circulação. No entanto, sua consolidação passa primeiro por um projeto de integração econômica e comercial, para depois vir a se constituir em um bloco político que possa agir em conjunto nos organismos internacionais. O fortalecimento das relações econômicas certamente permitiriam um esforço conjunto na formação de uma mão de obra mais qualificada, requisito para uma melhor distribuição de renda.
Muitos produtos primários poderiam ser beneficiados em Portugal para ingresso no mercado europeu. Assim como produtos industriais brasileiros , montados em Portugal, também. O Brasil poderia levar empresas para modernizar culturas na África, incluindo a adoção de projeto de adição do álcool a gasolina e diesel, atividade que daria empregos e economizaria divisas. Ou seja, a presença política e econômica poderia se impor em benefício de todos. Afinal, são quase 300 milhões de pessoas falando português, em cinco continentes, e hoje com cerca de vinte milhões vivendo em nações mais desenvolvidas.
A maior integração exigiria, naturalmente, certos compromissos éticos, clareza no controle da corrupção e garantias democráticas, como o pluralismo político. Um sonho a se realizar, coroando uma bonita história de séculos da presença portuguesa com sua cultura, seus princípios cristãos. Assim, libertaria, enfim, os povos dos países mais pobres que foram jogados na violência, luta fratricida, corrupção, miséria, pela leviandade e equívoco ideológico de governos socialistas, que abandonaram a população portuguesa e luso-descendente, até então portugueses, como os de origem africana.Milhares viraram alvo de confiscos e constrangimentos que levaram a um busca de proteção no Portugal que restou, nascidos nos territórios ultramarinos, miseravelmente traídos em entregues aos interesses da então União Soviética .
Neste momento portugueses são prejudicados e intimidados na África do Sul e na Venezuela. A Venezuela tem importantes débitos junto à empresas Brasileiras e portuguesas e uma cobrança comum certamente seria conveniente, inclusive por ser a Venezuela grande produtora de petróleo.
Surgem evidências de que a corrupção começa a ser combatida em todos os países. O que demonstra uma mentalidade liberal em termos econômicos, condições básicas para a melhoria das condições de vida das populações menos favorecidas.
A CPLP pode ser ainda um instrumento efetivo de integração de povos com esta origem, mesma formação. Ainda há tempo de melhorar a qualidade e o comportamento de todos. Basta vontade, humildade e desejo de evoluir. Caso contrário, seria melhor fechar as portas da entidade.
Nos países africanos, muitas despesas com defesa e representação diplomática poderiam ser racionalizadas. Em benefício da educação e da saúde.Neste caso primeiro país a se integrar efetivamente a Portugal e Brasil certamente seria Cabo Verde, por inúmeros motivos geopolíticos e econômicos, com respaldo numa simpatia que já une os dois povos.
Só mesmo um mercado comum comercial, a desburocratização de vistos de residência e a promoção de intercâmbio na área da pesquisa agrícola podem dar fôlego à organização. E, assim, torná-la minimamente útil. O mundo moderno não comporta mais o luxo de gastos inúteis.
Deixar como está é, no mínimo, um desperdício!
Jornal O Diabo – Portugal/Lisboa,