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A humanidade chegou a este século XXI marcada por formidáveis avanços na tecnologia, especialmente na área da medicina e da energia, mas, ao mesmo tempo, regride na qualidade dos responsáveis pela gestão dos povos. Na verdade, a baixa qualidade não se limita ao setor público, mas também ao universo dos grandes gestores de grupos privados.
O setor público nas democracias choca quando comparamos, na maioria dos países, as lideranças políticas no poder nos anos 60 e 70 e as de hoje. A postura pública, e até mesmo a pessoal, é de baixa qualidade intelectual, social e até moral. As ideias são ultrapassadas e as consequências são catastróficas na qualidade dos serviços prestados à população em áreas importantes como saúde, transportes, educação e segurança pública. No setor estatal, além dos serviços prestados de má qualidade, institucionalizou-se um grevismo que sacrifica a população mais carente. E, ainda, há a prática da corrupção que se infiltrou nas burocracias de muitos países e no meio político.
Mesmo nas sociedades mais antigas e cultas, a omissão na preservação de valores éticos e morais impera. A falta de decoro generalizou-se a tal ponto que a impunidade é encarada com naturalidade. A afronta é escancarada no padrão de vida bem acima do normal em detentores de funções públicas. E decisões nos judiciários flagrantemente suspeitas.
Vivemos num mundo que já sabe o que dá certo para sociedades prósperas, com qualidade de vida, direitos respeitados e necessidades atendidas. Mas de nada adianta, se as práticas por vezes são de inspiração ideológica, comprometidas por interesses menores e com a cumplicidade daqueles que supostamente teriam obrigações institucionais para a defesa do interesse público. Os parlamentares só pensam nas próximas eleições e não nas próximas gerações; os membros do Judiciário se deixam levar por posições que chocam e revoltam ao contemporizar diante da violência urbana, da corrupção, numa estranha cumplicidade para com aqueles que merecem pagar por malfeitos.
Valores da civilização, como família, propriedade, liberdade de opinar e de empreender, são ignorados, criticados e negados. Querem o caos.
O que justifica a defesa de marginais e não de policiais? Ou a ingerência do setor público na formação de menores em detrimento da família? A naturalidade com que se justifica o terrorismo bárbaro como os praticados contra o povo israelense e a agressão aos ucranianos com a invasão de seu país? Como defender a invasão dos países europeus por imigrantes de outras culturas para formar guetos nas cidades e a prática de delitos, sem preparo profissional algum? Lotam prisões e congestionam hospitais.
Onde as gerações do pós-guerra erraram na formação de seus filhos? As empresas familiares hoje são raras em segunda ou terceira geração. Nem nas profissões prevalece a tradição de ter um herdeiro na mesma carreira paterna. Os filhos da burguesia em boa parte já não estudam, não trabalham e são militantes de esquerda.
Como os capitalistas deixaram de lado preocupações sociais e políticas, permitindo a entrega dos países a uma nova classe desprovida em boa parte de qualidades?
E os militares, sempre garantidores da ordem, que inclui o bom uso da autoridade e defesa da moral pública, por que hoje estão alheios ao que se passa?
As eleições de Trump, nos EUA, de Milei, na Argentina, e de Giorgia, na Itália, podem ser um fio de esperança?
Publicado em: Jornal Dibo.pt 24/05/25