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Tivesse a Prefeitura um mínimo de consideração com o rico passado histórico de Petrópolis, incluindo seus imóveis preservados e seu valor na economia do município, o assunto teria melhor tratamento.
Prioridade na defesa do centro e bairros históricos, suas casas, cujo tombamento nem sempre é respeitado. A defesa da paisagem, evitando a favelização de encostas, como hoje ocorre em pleno centro, na Praça Bosque do Imperador, que em pouco tempo vai chegar à divisa do monte com o terreno do Museu Imperial. O Instituto Histórico e a Academia Petropolitana deveriam ter assento no conselho de preservação do patrimônio histórico. E a Prefeitura, cuidar da apresentação e ordenamento do precioso cemitério municipal, que pode ser um ponto turístico, como ocorre em muitos países europeus.
Petrópolis tem enterrado brasileiros ilustres, como os presidentes Hermes da Fonseca e Epitácio Pessoa, nobres como Barão de Teffé, Conde Mota Maia – médico de exemplar fidelidade ao Imperador –, o jornalista Flávio Cavalcanti, o escritor Stefan Sweig, além da Imperatriz Teresa Cristina e de D Pedro II , do Conde d’Eu e Princesa Isabel, na Catedral Metropolitana.
Muitos livros sobre a cidade deveriam ser reunidos numa coleção a ser vendida aos turistas e distribuída nos colégios. O historiador da cidade, Jeronymo Ferreira Alves Netto, nos deixou obra sobre ilustres moradores, alguns enterrados na cidade. Entre eles: Santos Dumont, Getulio Vargas, Amaral Peixoto – este com propriedade na Posse cuidada pela filha e neto –, Raimundo Padilha, Oswaldo Cruz, Rui Barbosa. Acadêmicos que lá tiveram casa como Vianna Moog, Afonso Arinos, Pedro Calmon, Cláudio de Souza, que doou sua casa ao município, entre tantos outros.
E as famílias mais tradicionais que fizeram a história dos últimos dois séculos. Os Rocha Miranda, Miranda Jordão, Bokel, Conde Pereira Carneiro, Peixoto de Castro, Guinle, Serrador, Smith Vasconcellos – do Castelo de Itaipava –, Freitas Guimarães, Soares Sampaio, Nabuco, Seabra, Hime, Campbel Pena, Moreira Salles, Bezerra de Melo e tantas outras. E, claro, os Orleans e Bragança.
Um gesto destes faria a cidade ganhar mais notoriedade ainda. Com benefícios para todos.
Publicado em : Diário de Petropolis 23/10/22