Uma das fraudes ideológicas de nossos tempos tem sido a insistência com que as esquerdas, em geral, denominam de “fascistas” aqueles que não apenas são democratas, mas estão permanentemente atentos às manobras para a implantação de regimes à imagem e semelhança de Cuba, Venezuela, Nicarágua e, agora, Peru. A geografia da fome, miséria e regime policial é esta.
O fascismo foi criação de Benito Mussolini, consolidado com a Marcha Sobre Roma, em 1923, e terminou com ele, quando executado covardemente em 30 de abril de 1945. Os que se identificavam com os regimes de direita da época, Portugal e Espanha, em especial, tiveram natural afinidade com a grande obra fascista realizada na Itália, que viveu entre 1923 e 1939 seus melhores anos. Infelizmente, as esquerdas dos EUA influentes – pois tinham a proteção de Eleonor Roosevelt, que chegou a ter a simpatia de Joséf Stálin –, o regime de Chamberlain, na Inglaterra, e a confusão socialista que reinava na França jogaram o líder italiano nos braços do monstro alemão.
As afinidades das direitas, que prevalecem até hoje, que estavam no poder em países europeus e latino-americanos, incluindo o Brasil de Vargas, estiveram sempre ligadas a políticas de segurança pública (saudades!), ordem social sem greves, invasões e atos de violência, mais a defesa da propriedade, da livre empresa e dos valores da civilização judaico-cristã, com políticas sociais justas e responsáveis.
Os regimes de direita costumam ter certa proximidade, quando não exercidos, por militares, mas a gestão obedece mais ao mérito do que a indicações políticas. E políticas econômicas de austeridade, pois conservadores, pessoas, empresas ou Estados, costumam pagar suas contas.
E a reconstrução da Itália – com o seu crescimento industrial e agrícola, as conquistas trabalhistas na área da legislação (a Carta del Lavoro é base de todas as leis laborais vigentes no mundo ocidental), a transformação de Roma, que o Duce encontrou em ruínas, os primeiros bairros populares do mundo e a criação do Estado do Vaticano – foi feita nos 16 anos de intenso trabalho do ditador. Procura-se, hoje, ocultar, mas despertou a admiração do que havia de melhor na sociedade europeia e latino-americana. E nos EUA, onde Nova York era a segunda cidade de população italiana – São Paulo era a terceira. Os jornais da época e os livros publicados atestam este reconhecimento mundial.
Agora, a neta Rachele, que leva o nome da avó – exemplar italiana, que recebia em sua Villa Torlonia, finalmente aberta à visitação pública, o Padre Pio, dado o seu catolicismo –, acaba de receber novo mandato em Roma, sendo, desta vez, a mais votada da cidade. Os jornais ficaram explorando o fato de haver “um renascimento de fascismo”, no tradicional delírio esquerdista. O mundo sabe que o regime monstruoso foi o nazismo, mas as esquerdas atacam o fascismo, pois ele deu bons resultados, inclusive nos seus semelhantes como foram os casos do Estado Novo de Portugal e do Brasil e os anos Franco na Espanha.
A vereadora Rachele declara com frequência que, sem prejuízo ao respeito pelo avô ilustre, seu ideário não existe mais, apenas os bons feitos e bons exemplos. E como os romanos sabem o quanto devem a estes anos, natural que prestigiem a neta, que tem sido correta no exercício da função pública.
Rachele é filha de Romano Mussolini, que viveu em Buenos Aires como pianista de casa de jazz. Nada parecido com a vida das filhas de Chávez, do filho de Fidel que mora em Barcelona, da fortuna dos Kirchner na Argentina. Sem falar na corte de Lula no Brasil.
O fascismo morreu com seu criador, assim como o salazarismo, o getulismo e o franquismo, mas permanecem suas ideias e suas realizações. O comunismo é que está vivo, assustando investidores, promovendo greves para sabotar turismo, levar empresas aéreas à falência, desestimular o emprego pelos impostos e leis laborais absurdas.
Só não vê quem não quer!
Publicado em: Jornal Diabo – Portugal 23-10-21