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O Museu Nacional, palácio que serviu de residência para D. Joao VI e depois dos imperadores do Brasil, quase destruído por um incêndio em 2018, reunia acervo arqueológico e zoológico coletado desde o Império. Inclui uma das mais completas bibliotecas de ciências naturais do mundo, com cerca de meio milhão de volumes, muitos raros. Algo de significativo foi salvo. E ali, sob a responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, são ministrados cursos de pós-graduação e realizados estudos de qualidade. O setor já possui outra instalação próxima ao Rio.
Ocorre que esse conjunto pode ser reunido em qualquer outro imóvel, inclusive no campus universitário a poucos quilômetros, na Ilha do fundão, próximo ao Aeroporto Internacional do Rio.
Assim, surgiu a ideia de um grupo de monárquicos, apoiados pelo deputado Príncipe D. Felipe de Orleans e Bragança, de se tornar um museu dedicado à Família Bragança, incluindo, no caso, os príncipes Saxe-Coburgo, descendentes da princesa Leopoldina de Bragança e do Príncipe Augusto Saxe-Coburgo-Gota, muitos vivendo no Brasil.
A ideia encontra resistência no meio acadêmico, que é naturalmente hostil à monarquia, pela forte influência marxista. E, para surpresa geral, encontrou eco no Príncipe D. João, o fotógrafo, conhecido por D. Joãozinho, filho do Príncipe D. João, já falecido, que foi oficial da Força Aérea na última grande guerra, e da Princesa egípcia D. Fátima Tousson. D. João é o nobre com melhor cobertura na mídia, sempre com posições progressistas, como agora que afirma que a família sempre serviu ao Brasil e que seus ancestrais ficariam felizes de verem o Palácio servindo à cultura e à ciência. D. João, defensor da monarquia, entretanto, não participa de movimentos monárquicos, quase todos de orientação conservadora. A tese sofreu uma perda com a saída do Ministério do diplomata de simpatias monárquicas, Ernesto Araújo, que apoia o movimento.
Os monárquicos já estão em campanha para que o governo altere o destino do Palácio-Museu, com vistas aos festejos dos 200 anos da separação do Brasil de Portugal, ano que vem, quando as obras de restauro devem ficar prontas. Afinal, a independência se deve a Pedro I – IV de Portugal –, que ali morou e teve seus filhos. E D. Pedro II reinou por meio século.
O Palácio-Museu ocupa um belo terreno, conhecido como Quinta da Boavista, vizinho ao Jardim Zoológico do Rio, e conta com um restaurante luso-brasileiro referendado nos guias gastronômicos. Fica também próximo ao Estádio Mario Filho, conhecido como Maracanã.
Outro museu com presença da Casa de Bragança é em São Paulo, o Museu do Ipiranga, no local em que o então Príncipe Regente rompeu com as cortes portuguesas.
Deve-se observar o grande interesse popular que o assunto vem merecendo, uma vez que o Museu Imperial, em Petrópolis, nas imediações do Rio, na região serrana, é o mais visitado do Brasil desde sempre.
Mas o fenômeno de querer chutar e negar o passado, das esquerdas internacionalistas, é a palavra de ordem hoje em todo mundo. Cabe resistir!