Desde que o mundo é mundo os homens no poder, queiram ou não, não escapam de uma corte de fiéis amigos e de simples bajuladores. E quem chega ao poder tem todo o direito de ter certa vaidade, pois não se chega lá por acaso. O grande desafio é querer ouvir mais os desinteressados do que os cortesões.E manter a vaidade nos devidos limites.
Já foi publicado que o governador do Rio, Wilson Witzel, pode estar pensando numa candidatura presidencial. Mas não pode nem deve pensar nisso antes de dois anos de governo, com bons resultados locais e natural repercussão nacional. Muito menos deixar companheiros levantarem o assunto. Seria uma pena queimar um nome que pode vir a ser uma boa solução.
Chegou ao governo de um estado que já reuniu alguns dos mais notáveis brasileiros, como Carlos Lacerda, Negrão de Lima, Amaral Peixoto, Protógenes Guimarães e Faria Lima – os três últimos com passagem pela Marinha do Brasil, como Witzel. Correu por fora, sem partido e sem políticos, e venceu o opositor, Eduardo Paes, que, sem dúvida, tem seu nome entre os cinco maiores prefeitos do Rio de Janeiro.
Seu futuro passa necessariamente por uma gestão eficiente, mantendo sua independência, sem comprometimento com uma classe política que foi rejeitada pelo eleitor. E o Rio precisa arrumar contas, terminar obras, atrair investimentos e mostrar que tem uma sociedade viva e ativa para preservar sua tradição política, cultural e de grande potencial na economia.
O governador é jovem, tem tempo, teve essa oportunidade de ouro de se projetar nacionalmente, num momento em que os espaços nacionais estão para ser ocupados. Não deve nem pode, é bom repetir, se precipitar e, sim, fugir de temas que não sejam ligados a missão de governar bem. E tudo que acontece no Rio repercute nos demais estados.
Vivemos uma nova realidade. Ele é o presente e pode ser o futuro, não pode se ligar a governos passados, que, ao se tornarem desacreditados , lhe deu a oportunidade de chegar lá.
No mais, o governador tem de conhecer e consolidar posição junto às forças vivas do Estado, cujas relações precisam evoluir do institucional para uma efetiva parceria. Até aqui, precisou e teve o eleitor, mas, daqui para frente, precisa integrar os formadores de opinião do andar de cima.
Normalmente, a ascensão na política pede um mínimo de humildade, especialmente dos auxiliares. A arrogância levou muitos a, terminados seus mandatos, serem repudiados ou fugirem das urnas, dos aeroportos, das ruas …….
Espera-se não venha a ser o caso.