Nestes tempos de tanta decepção com a classe política e a importância de se lutar pela melhoria da qualidade dos homens públicos, fundamental para a democracia, devemos olhar o passado.
Ao consultar a memória dos que acompanham as últimas cinco décadas da política mineira, encontra-se exemplos dignos de admiração, no espírito público, no desprendimento e no idealismo com sentimentos nobres. E nas realizações.
Os mais jovens precisam conhecer estes exemplos para perceberem que é possível uma volta aos bons quadros na vida pública.
Elias de Sousa Carmo, por exemplo, foi deputado em muitas legislaturas, era homem com odores de santidade na vida pública como na privada. Outros que vale a pena citar são Dênio Moreira, um gigante na defesa de nobres valores, ilustre filho de Caratinga, e Eduardo Levindo Coelho, que não disputou mandatos, mas foi relevante dirigente partidário e herdeiro do pai, o senador Levindo Coelho, no comando de uma família com relevantes serviços a Minas, como o irmão Ozanam, prefeito de Ubá, deputado estadual, federal, vice-governador, governador, e o sobrinho Saulo que foi deputado e dedicado Provedor da Santa Casa. Mineiro relevante a seu tempo foi José Hugo Castelo Branco que de vereador em Lavras foi deputado estadual, escolhido por Tancredo para a Casa Civil e depois por Sarney na Indústria e Comércio. Não fosse atropelado por moléstia cruel teria possivelmente sido governador de Minas. Homens de vida ilibada. Minas pode se orgulhar de ser o ente federado com menos casos de corrupção, na administração estadual e nos seus políticos com passagem na esfera federal. E servidores públicos do mais alto nível e serviços prestados como João Camilo Pena e Mário Behring. Tivesse o governador Zema um mínimo de consideração pela classe política saberia que os valores que defende vem de longe nas montanhas.
Cabe lembrar que a bancada federal mineira conta com a presença de filhos de grandes homens públicos que dignificaram a representação de Minas no Congresso. São os filhos de Aécio Cunha, Ibrahim Abi-Ackel, Bonifácio de Andrada e Danilo de Castro.
A democracia vai se fortalecer valorizando os que fazem da vida pública verdadeiro sacerdócio. Bons exemplos não faltam. E é preciso divulgar os atuais valores que existem.
Publicado em: jornal Hoje em Dia 15/10/24