Uma das referências que o mundo moderno, competitivo, que busca qualidade e produtividade, carrega de um passado em que as economias eram pequenas e o mundo fechado é a existência cada vez mais exótica de empresas estatais, geridas e administradas pelo Estado.
A função reservada ao setor público é o da educação, saúde, segurança interna e externa, relações exteriores e orientar o investimento público para atender à sociedade.
A resistência encontrada nas privatizações, com violência, greves, pressões políticas e pregação ideológica escondem uma vergonhosa realidade que são essas empresas.
Não pertencem aos governos e muito menos à população a que geralmente servem mal. Os donos das empresas públicas são os seus funcionários, contemplados com alto salário, baixa produtividade, greves frequentes com dias não descontados em dinheiro nem em dias de férias, como no passado. A eficiência não é considerada. São focos do empreguismo e de corrupção. Os bancos oficiais costumam lucrar menos e remunerar melhor seus empregados. E tem índices de absenteísmo superiores à rede privada.
Abrigadas em alguns setores estratégicos, as empresas controladas pelo Estado estão nos transportes, onde as greves são frequentes e abusivas, punindo a população usuária, justamente os trabalhadores, penalizada com as greves. A conivência das mídias com a esquerda impede que sejam divulgados para conhecimento da população os salários e benefícios auferidos por estes trabalhadores, sempre reivindicando mais. E os governos, mesmo quando não de esquerda, acovardados, não reagem com a verdade o exercício da autoridade. Pouco se fala dos resultados no setor aéreo com as empresas de controle público, como a TAP, com excesso de pessoal e casos de abuso de poder em contratos milionários com gestores. Curiosamente as empresas privadas, com a mesma qualidade, não apresentam prejuízos e, quando apresentam, o custo não vai para a conta da população que não usa aviões, e sim para os acionistas. Outra cortina de silêncio.
Na educação e na saúde, são comuns também as greves, sem referência à qualidade dos serviços prestados.
Os parlamentos, mesmo os de maioria mais conservadora, não têm a coragem de votar leis que regulamentem o direito à greve nos serviços essenciais de transportes, educação, saúde e segurança pública. Há décadas seria inimaginável policiais entrarem em greve. O mundo democrático está reagindo pelo voto a esta esquerda tóxica.
Fala-se muito em políticas de emprego, mas a multiplicação de direitos sociais previstos em lei representa, na verdade, estímulo ao não empregar; assim como decisões dos tribunais que penalizam o empregador. A equiparação salarial é uma afronta ao mérito. As pessoas não são iguais, o desempenho não é igual, sendo injusto remunerar da mesma forma o funcionário produtivo e dedicado a aquele que vive enterrando sogras e em licenças médicas.
A sociedade ocidental, ou o que dela resta nos países desenvolvidos, precisa despertar para a urgência de se valorizar o empreendedor, o investidor, que gera emprego e renda, que aufere lucros para investir e fazer rodar a economia. A retribuição ao trabalhador é automática.
A próxima crise mundial não será provocada por guerras. Mas sim pela invasão silenciosa de muitos países pela imigração sem qualidade, provocando violência urbana e gastos públicos, na saúde ou nas penitenciárias, pela perda da qualidade e da produtividade. Assim é que países como China e Índia vão dominando o mundo, pois a China não tem greves e pelo que produzem e pelo que as antigas potências industriais deixam de produzir ou produzem mal.
O capitalismo está morrendo enforcado com a corda fornecida pela demagogia e a fraqueza da democracia, como previu Lenine.
Publicado em: jornal O Diabo.pt 23/11/24