Getting your Trinity Audio player ready...
|
No Brasil, os problemas se arrastam ou são esquecidos por uma questão cultural conhecida como “complexo do vira-latas”. O país tem vergonha de recursos escassos e prioriza obras caras, quando o objetivo em servir à comunidade – seja uma escola, um centro de saúde ou uma estrada – deveria ser as prioridades que não podem esperar por grandes obras. Mais vale fazer o que é possível e deixar o supérfluo para depois.
O caso do trem entre Rio-São Paulo- Campinas é típico. Criou-se até uma estatal no governo Dilma – o PT adora estatais –, cuja única realização foi contratar funcionários. O projeto é caro, envolve a subida da serra das Araras como desafio à engenharia. Na verdade, uma melhoria da via existente poderia permitir uma viagem em seis e não em duas horas, e com direito a um a parada no estado do Rio – Volta Redonda, por exemplo – e outra em São Paulo, São José dos Campos ou Taubaté. Custo e prazo menores e já seriam um avanço.
A Nova Dutra continua a velha Dutra, com essa vergonha da descida da serra das araras com acidentes frequentes, em traçado dos anos 1930. E muitos trechos pedem uma terceira faixa de rolamento e, por tal, são frequentes os engarrafamentos, pois, por incrível que possa parecer e depois de décadas de pedágio, tem partes até sem acostamento.
No caso do Aeroporto do Galeão, no Rio, querem ajudar a torná-lo viável matando o Santos Dumont, quando ambos conviveram bem por décadas. Reabilitar o excelente aeroporto poderia ser pela via de melhorar seus acessos, investir num calendário de eventos na cidade e região para gerar maior movimento. O Rio tem uma vocação natural para o turismo e o aeroporto poderia atender aos voos de longo e médio curso a zona da mata mineira, via ligação rodoviária de ônibus de algumas cidades como Juiz de Fora, região serrana e dos lagos de maneira permanente. Não se pode aceitar a diminuição dos voos internacionais, que em passado recente eram muitos. Uma ação dos governos, estadual e federal, poderia negociar dois voos internacionais da Azul, um para os EUA e outro para Europa, já que a empresa tem saído de Viracopos e a LATAM voltar a ter voos internacionais saindo do Rio.. É preciso pelo menos se saber como viabilizar e atrair mais frequências.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 10/01/23