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A forte presença de brasileiros em Portugal, estimada em 500 mil pessoas, não se limita aos trabalhadores e reformados em busca de segurança e menor rigor fiscal. São muitos os nomes ligados às artes em geral que fazem de Portugal residência, habitual ou não, sem prejuízo de suas atividades. Buscam na segurança existente a tranquilidade para estudos e atividades internacionais fazendo de Lisboa seu ponto de partida. Normalmente homens discretos, mais conhecidos em seus setores de atividade, seja empresarial, intelectual ou cientifica.
Este é o caso do eminente professor Jorge Alberto Costa e Silva, ainda atuante no cenário internacional da saúde mental aos 83 anos, consagrado pela inclusão de importantes trabalhos na farmacologia moderna, em uso universal pelos mais importantes laboratórios. É reconhecido como uma das maiores autoridades mundiais em depressão.
Impressiona que esse homem, da terceira geração de notáveis na Medicina brasileira e internacional, tenha acumulado tanta experiência e tantos serviços prestados à humanidade, com reconhecido desprendimento pessoal. Apesar de ter formado importante clínica, prestar serviços de consultoria a quase todos os grandes laboratórios internacionais, nunca deixou de dar aulas, de atender a movimentos sociais, tendo visitado dezenas de países africanos em missão de solidariedade. Atendeu a movimentos sociais promovidos por rainhas – Sofia, de Espanha, e Silvia, da Suécia –, assim como quando solicitado pela ONU e até mesmo o Vaticano. Costa e Silva é destacado dirigente da Ordem de Malta no Brasil.
Foi diretor da Organização Mundial da Saúde, presidente da Associação Internacional de Psiquiatria e recebeu a Legião de Honra, de França, entre dezenas de condecorações. No Brasil, presidiu a Academia Nacional de Medicina, entidade fundada pelo Imperador Pedro II, e em Portugal formou no grupo que viabilizou a primeira Faculdade de Medicina com diploma europeu e voltada para a Medicina do futuro.
Ao lado do renomado médico, professor, intelectual e cientista, coexiste uma personalidade fascinante no trato, de notável cultura, amante da boa música e dono de conversa agradável e enriquecedora. Como os verdadeiramente grandes, é homem desprovido de vaidades ostensivas.
Nos EUA, são notáveis os exemplos de super-ricos que destinam parte de suas fortunas à filantropia e à pesquisa cientifica. Estes merecem ser mais conhecidos. São nomes conhecidos pelas suas atividades profissionais, muitos judeus, como Michael Steinhardt, Zuckerberg, Bloomberg, Bill Gates e Warren Buffett, entre outros. O mundo muito deve aos que promoveram doações à cultura, à pesquisa, à Medicina e à assistência social em diversos ramos. Ou como Jorge Alberto, com seu trabalho e talento a serviço da sociedade.
As novas gerações ignoram que convivemos com personalidades relevantes, voltadas para servir à humanidade em diferentes áreas, não apenas, mas também, na Medicina, que merecem ser conhecidas pelo bom exemplo. O mundo não foi nem é feito só pelos artistas de novelas, cantores e cantoras, jogadores de futebol, que têm seu mérito, mas acrescentam pouco a um mundo que convive com pandemias, crises econômicas, guerras, desigualdade, fome e miséria.
Fora dos holofotes tem vida!
Publicado em: jornal Diabo.pt 31/05/25