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O sentimento antiamericano em boa parte do mundo, inclusive nas potências ocidentais, não é apenas fruto do esquerdismo militante nas mídias e partidos de esquerda. Os EUA nunca primaram pela habilidade na diplomacia e muito menos no cuidar de sua imagem. Quando Hollywood se mostrou relevante na boa imagem da sociedade americana, os comunistas trataram de promover a infiltração no meio artístico, como ficou provado mais adiante. O repudiado senador Joe McCarthy tinha alguma razão e não se tratava de um delator vulgar, como passou à história. Muitos atores e diretores de Hollywood se tornaram agentes da União Soviética naqueles anos pós-guerra, como mostram os arquivos da URSS.
Embora não precisasse divulgar, explorar sob o ponto de vista político, a Europa venceu o nazismo pela presença americana, com recursos, armas e o sacrifício de cerca de 500 mil militares. Mas o fato é que os povos de países como França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo nunca demonstraram reconhecimento pela libertação. Talvez a única exceção seja o Reino Unido. E mais, derrotado o nazismo, os EUA, com o Plano Marshall, cuidaram de investir na reconstrução da economia e na construção da prosperidade dos aliados.
Agora, percebe-se uma certa satisfação com o propalado declínio dos EUA com o crescimento da China como potência econômica. Ocorre que a verdade não é bem esta. Os EUA ainda apresentam números altamente positivos e, passada esta fase de acomodação da política econômica de Trump, que está chegando a acordos com os principais parceiros, podem voltar a crescer, como prometido pelo presidente em sua campanha eleitoral. Apenas meio trapalhão, pouco hábil, Trump faz o jogo das mídias, inclusive a americana, que tudo faz para o desmerecer. Mas a economia tem números que dispensam comentários, são fatos e não opiniões ou narrativas.
Entre as dez maiores empresas por valor de mercado, oito ou nove são americanas, a renda per capita do americano é mais ou menos o dobro da zona do euro. Em comparação com o Brasil, por exemplo, em 2010, o PIB americano era seis vezes o brasileiro; hoje é mais de dez vezes. Os bancos americanos estão entre os mais sólidos do mundo.
Cabe lembrar que, embora com uma produção de alimentos fantástica, o mercado americano é tão vigoroso que o país importa parte do que consome, assim como petróleo, em que é o maior produtor mundial, mas ainda importa muito. A transição energética por que passa o mundo vai liberar parte deste petróleo consumido e, portanto, dará maior valor à sua produção, diminuindo a importação.
Fator importante na recuperação da economia, que ainda não teve tempo de se fazer sentir, foi a volta de política econômica voltada a favorecer a produção e controlar a despesa pública, que cresceu muito nos governos democratas.
A atual alta temporada do turismo europeu mostra a importância do americano, que tem retomado pós-pandemia sua relevância. Não apenas no número, mas principalmente no gasto diário do turista americano, que é mais do dobro do Leste Europeu e dos chineses.
No que toca a questão militar, a recente intervenção no Irã prova que a força e a vontade não podem ser ignoradas. Trump mostra que, à sua maneira, pode chegar a influir na paz nas duas guerras que perturbam o mundo. Além da indústria bélica, que supre as principais potências ocidentais.
Logo, para tristeza de seus detratores, o mundo ainda terá por algum tempo os EUA como potência econômica e militar. As preocupações de Lula da Silva estão custando caro ao Brasil.
E não foi por falta de aviso.
Publicado em: Jornal Diabo, Portugal 19/07/25