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Neste esforço tão positivo da prefeitura e do setor privado para recuperar o Rio, é preciso acrescentar novos projetos. Dotar o centro de moradores é muito bom, mas não se deve transformar um centro com séculos de presença na vida da cidade e do país num bairro de classe média baixa.
Ainda sobrevivem construções com cerca de um século na região, muitas em situação crítica. Poderia caber um incentivo para a recuperação delas via isenção de 30 anos no IPTU e linha de financiamento na Caixa Econômica para empresas que se interessassem em adquirir e recuperar os prédios. Seria mais um atrativo para a cidade, incluindo um projeto da prefeitura com estatais de relevo aqui sediadas, como Petrobras e BNDES, de investir, usando a Lei Rouanet, na restauração das igrejas em situação precária. Na região que vai da Lapa até o viaduto 31 de março, existem prédios residenciais a serem restaurados – incluindo um bonito conjunto da própria prefeitura –, pois, quando não maltratados, estão sofrendo alterações.
A rua Primeiro de Março tem uma faixa nobre entre a Praça XV e a Rua do Ouvidor, região que abriga o Paço Imperial, a Igreja do Carmo – já em ruínas –, a bela e antiga Sé, já restaurada, a Santa Cruz dos Militares e os conjuntos do Centro Cultural Banco do Brasil e o dos Correios. Tem ainda a recuperada sede do TRE-RJ. A recuperação da Igreja N. S. da Lapa dos Mercadores, com missa dominical, já tornou os domingos com visitantes e movimentando restaurantes da área.
A volta do estímulo a garagens também ajudaria a tornar o centro atrativo para empresas. A Zona Sul tem recebido muitas empresas que deixaram o centro. O Leblon tem o metro quadrado comercial mais caro do Brasil e, agora, os lançamentos são em Botafogo. O centro tem de reagir rápido e usar da criatividade para atrair polos específicos, alguns até com amparo federal.
As boas relações do prefeito Eduardo Paes com o presidente Lula podem ajudar em muita coisa neste sentido. A volta da carteira de câmbio do BB, que foi para São Paulo, poderia voltar, assim como a parte do Banco Central que cuida do câmbio. Caberia, ainda, usar o prédio monumental do antigo Ministério da Fazenda para bancos internacionais e nacionais operarem com outras moedas. Adaptando projeto do Rio-Dólar de Theophilo de Azeredo Santos.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 24/04/25