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A roubalheira nos fundos de pensão fechados, a maioria de estatais, vem atingindo níveis trágicos. E a repetição das práticas lesivas aos assistidos é uma realidade. São muitos os casos de corte em suplementação de efeitos danosos à sobrevivência de aposentados, supostamente idosos.
O caso mais grave neste momento é o da Eletrobras, que levou mais de 500 famílias a uma situação inacreditável. Muitos não recebem o suficiente para honrar planos de saúde geridos pelas mesmas fundações. O grave no caso da Eletrobras é que a patrocinadora que nomeia os dirigentes do fundo não cobre o rombo. E existiria até provisão em balanço para este fim. A elite do setor elétrico, composta por homens de bem que proporcionaram o fantástico parque de geração hidroelétrica que temos, passa por momento de grande angústia.
A entrega de fundações à militância política, em pouco mais de dois anos deste governo, já apresenta fatos preocupantes. Tem até fundo sem rentabilidade em 2024, quando bastaria uma alocação em títulos federais ou papéis de bancos como BB. Caixa econômica ou BNDES para atender a exigências legais.
Casos de aplicações temerárias, concentração de risco e conflito de interesses se repetem com frequência crescente e a impunidade prevalece. Algo deve ser feito para salvar o sistema que atende a centenas de milhares de famílias só entre estatais.
Uma medida emergencial e simples era a colocação em papéis emitidos pelo Tesouro Nacional ou bancos oficiais federais, sem intermediação de corretoras. Bastaria decisão política do governo federal e dos estaduais e municipais.
O mercado financeiro brasileiro é de qualidade, mas curiosamente os fundos raramente aplicam nos dez maiores bancos e nunca nos oficiais.
O dinheiro depositado aos assistidos entra de imediato na economia, pois se trata de subsistência dos beneficiários. Integra, portanto, uma faixa de consumo relevante.
Pena o silêncio dos sindicatos, quando não omissos, cúmplices.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 09/05/25