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O africanismo que tem sido muito abordado pelas esquerdas do mundo lusófono, especialmente no Brasil e em Portugal, procura registrar que os descendentes de africanos de raiz de Angola e demais países e que foram exportados para o Brasil se constituem em povos desvinculados da lusitanidade na sua formação cultural. Como bem definiu Gilberto Freyre e agradou ao professor Salazar, o luso-tropicalismo, mesmo não tendo sido programado, se tornou uma realidade natural. Na economia Portugal não explorou, mas construiu e investiu nos estados ultramarinos.
Esses “intelectuais”, mais militantes da causa marxista do que cultores dos valores dos países de língua portuguesa, querem apresentar às elites “brancas” como exploradoras e cruéis escravocratas. Na verdade, nenhum português – ou europeu, pois o caribe inglês, espanhol e francês são predominantemente de afrodescendentes – foi à África prender ou laçar negros. Quem os vendia e transportava eram negros também. Mas a escravatura vem de longe e não foi por muitos séculos dirigida apenas aos africanos. Faz parte da história universal. Portugal acabou com a escravidão em África dez anos antes do Brasil.
Querem negar fato de reconhecimento internacional da exemplar miscigenação provida por Portugal em seus estados ultramarinos, incluindo o Brasil. Territórios que nunca conhecerem políticas racistas ou segregacionistas. O mulato, o mestiço, não está presente nos países de colonização inglesa, Espanhola, germânica ou francesa, mas forma hoje 60% da população brasileira, considerando os que possuem pelo menos um quinto de sangue africano. O mesmo não ocorre em Angola e Moçambique pela forma precipitada com que o 25 de Abril entregou os territórios, abandonando a população branca, que na sua maioria foi para Portugal, os “retornados”, muitos dos quais lá nascidos e criados. Agora muitos voltam e são bem recebidos. A “independência” ou separação não foi bem o que se pensava. E custou vidas e mutilados numa cruel guerra civil
A desonestidade intelectual dessa verdadeira seita do ódio, do ressentimento, finge ignorar que no Brasil Império muitos negros foram prósperos, inclusive donos de escravos em suas propriedades rurais, alguns titulados pelo Imperador, e outros, relevantes na política, como a família Rebouças, sendo um deles, André, de tal dedicação ao Imperador que o acompanhou no exílio. O pai era deputado e os filhos grandes engenheiros.
Esses pretenciosos intelectuais não poderiam ignorar que os maiores nomes da literatura brasileira são afrodescendentes, como o seu maior, Machado de Assis, filho de português com mulata brasileira, mais José do Patrocínio, grande abolicionista, Lima Barreto, Milton Santos e até Rui Barbosa, “branco baiano”. E há muitas mulheres negras hoje relevantes na literatura e nas artes. Nos estados ultramarinos, os grandes nomes atuais são de brancos como Mia Couto, de Moçambique, Agualusa, de Angola, e Jorge Barbosa, de Cabo Verde. Prova incontestável de que o português criou uma sociedade que vai se misturando naturalmente nestes lugares. Agora é que as esquerdas querem gerar um clima de confronto racial que não encontra eco na alma popular.
A pregação do ódio, no Brasil, EUA e Portugal, é acusar a autoridade policial de racista. No caso brasileiro e americano, vai ao absurdo de acusar policiais negros de racistas. A tentativa de intimidar policiais e governos na luta contra a violência é gerar uma “imunidade racial”, na qual negros e ciganos podem transgredir a lei e serem tratados como cidadãos VIP. Por isso, andam perdendo eleições, inclusive com o voto das comunidades afrodescendentes, como na eleição de Trump.
A guerra em Israel é outro exemplo da esquerda instigar racismo. O Hamas cometeu crime hediondo, barbaridade chocante, mas a narrativa induz a que Israel não poderia reagir. A reação está surgindo.
A que estamos chegando!
Publicado em: Jornal Diabo.pt 10/05/25