Um grupo de cariocas – no sentido de que carioca é o morador do Rio, incluindo eventuais que amam a cidade – promove um encontro com autoridades municipais com vistas a uma ação para garantir respeito à lei que define o barulho nas ruas e condomínios, incluindo até clubes.
Claro que o barulho muitas das vezes está ligado à alegria, à música, a comemorações. Faz parte até do espírito do carioca e do ambiente alegre e de convívio que marcam a cidade e sua gente. Mas o respeito ao sossego dos que estão procurando o justo repouso de um dia de trabalho tem de ser levado em conta.
Em todo o mundo, as calçadas estão ocupadas por mesas de bares e restaurantes. Mas com um regulamento seguido com rigor no controle do som às 22h e com silêncio a partir da meia-noite. Para isso, temos hoje meios de garantir isolamento em áreas fechadas, mantendo-as abertas nos limites da lei. Não é possível o som alto entrando pela madrugada.
A vida noturna que anima a economia não pode ser fator de perda de qualidade de vida do cidadão contribuinte. E o barulho exagerado, como tem sido visto em dezenas de pontos de aglomeração de jovens na cidade, depõe contra a sociedade e não agrega respeito. Basta se verificar que nas cidades do mundo mais civilizadas a lei é respeitada sem prejuízo da alegria.
O respeito às leis e, sobretudo, ao próximo é parte da educação de um povo e da essência da democracia. Anda-se confundindo muito em nosso país a liberdade com a desordem, o desrespeito e até com atos que beiram à imoralidade. Urge um chega e um basta neste retrocesso ético , moral e comportamental.
Rio de Janeiro é a cidade da alegria, da animação, mas também da educação e dos direitos do cidadão ao cidadão.
Aproveito o assunto para exaltar, com admiração de longa data, a dirigente da Amaleblon, Evelyn Rosenzweig, que neste longo voluntariado nos dá um exemplo de espírito público. Devemos a ela este movimento. Que seu exemplo frutifique.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 21-03-23