Em Petrópolis e seus distritos, a forte presença da nobreza e aristocracia do Brasil permanece e se renova mesmo nas novas gerações.
No Brejal, a propriedade do Comandante Amaral Peixoto – interventor e governador no Estado do Rio, sem favor a maior figura do século passado na velha província fluminense –, cuidada pela sua filha Celina Vargas do Amaral Peixoto, com exemplar cultivo de ervas orgânicas, passa a abrigar a casa do neto do Comandante e filho de Celina, Pedro, cultor e continuador da ligação da família com a cidade.
A região nas imediações da subida para Teresópolis tem a histórica Fazenda Santo Antônio, que por mais de 30 anos pertenceu ao Barão de Mauá e, no século passado, marcou época com Argemiro Machado, ilustre e atuante empresário com presença internacional, que recebia Getulio Vargas, que apreciava jogar golfe ali. A Santo Antônio incluía a região onde hoje está o Vale da Boa Esperança e tem anexo com dois loteamentos de alta categoria. O arquiteto Paulo Hungria Machado, filho de Argemiro, ficou com a sede da fazenda e a área anexa, onde manteve a tradição da casa ser referência na área. Dois de seus filhos scasados com dois Orleans e Bragança, Silvia Amélia e Teodoro – este herdeiro do nome do seu ancestral Teodoro Machado, Conselheiro do Império, que governou a Bahia, a Paraíba e o Rio de Janeiro. Ted tem presença relevante na preservação da história do Império e na defesa da Mata Atlântica, os atuais proprietários é o casal Maria Pia Melo Franco Chagas Marcondes Ferraz e Carlos Augusto Montenegro.
As forças vivas do município, a começar pelo prefeito, devem zelar pela qualidade de vida, incluindo segurança e preservação histórica, para manter essa presença aristocrática, que busca a paz, sem exercer atividade econômica. São apenas contribuintes e consumidores locais.
Sábios foram os militares de 64 quando incluíram Petrópolis como município de segurança nacional, nomeando seus prefeitos. Isso deu anos de progresso, ordem, austeridade e preservação. E estas estão ameaçadas pelo desprezo no cuidar pelo menos das fachadas no centro histórico e o respeito ao meio ambiente, agredido como na favela que surge no morro acima do antigo Bosque, no início da Rua Pedro I.
Publicado em: Diário de Petropolis 25/09/22